ATA DA SEXAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 30-8-2006.
Aos trinta dias do mês de agosto
do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze
minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Aldacir
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Elias Vidal,
Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael
Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste e Raul Carrion. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Carlos Comassetto, Ibsen Pinheiro,
João Bosco Vaz, Manuela d'Ávila, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À
MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos
e Segurança Urbana, os Pedidos de Informação nos 204 e 205/06 (Processos
nos 4383 e 4384/06, respectivamente); pelo Vereador Adeli Sell, os
Pedidos de Informação nos 209 e 210/06 (Processos nos
4495 e 4496/06, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 189/06
(Processo nº 4315/06); pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Pedido de Informação nº
208/06 (Processo nº 4451/06); pelo Vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 139/06 (Processo nº 3248/06); pela Vereadora Manuela d'Ávila, juntamente
com o Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei do Legislativo nº 192/06
(Processo nº 4414/06); pela Vereadora Margarete Moraes, o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 020/06 (Processo nº 4073/06); pelo Vereador Professor Garcia,
as Indicações nos 041, 042 e 043/06 (Processos nos 4483,
4484 e 4485/06, respectivamente); pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de
Informação nº 207/06 (Processo nº 4450/06). Também, foi apregoada a Emenda nº
01, de autoria da Vereadora Margarete Moraes, ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 020/06. Ainda, foi apregoado o Ofício nº 734/06, de autoria do
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 005/06 (Processo nº 4249/06). Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofícios nos 10632968 e 10633079/06, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde; Comunicados nos 083668 e 083669/06, do Senhor
Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE. Na ocasião, em face da inexistência de quórum deliberativo,
deixaram de ser votadas as Atas da Sexagésima, Sexagésima Primeira e Sexagésima
Segunda Sessões Ordinárias e da Nona e Décima Sessões Extraordinárias. A
seguir, o Vereador José Ismael Heinen manifestou-se, registrando a presença,
neste Plenário, do Senhor Rudimar Vieira e dos Vereadores Clóvis Salazar, do
PFL, Presidente da Câmara Municipal de Santo Antônio da Patrulha – RS –, e Elói
Cigana, do PDT, da Câmara Municipal de Bozano – RS. Também, por solicitação do
Vereador José Ismael Heinen e da Vereadora Maria Celeste, foi realizado um
minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, ao Senhor Generino Da
La Valle, falecido no dia de hoje, e à Senhora Maria de Fátima Floriano Alves,
ex-funcionária deste Legislativo, falecida no dia de ontem. Em PAUTA ESPECIAL,
Discussão Preliminar, estiveram, em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo
nos 031 e 032/06, discutidos pelos Vereadores Carlos Comassetto,
João Antonio Dib, Raul Carrion, Maria Celeste, Cassiá Carpes e Margarete
Moraes. Na oportunidade, foram apregoados o Memorando nº 197/06, firmado pelo
Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio
do qual Sua Excelência informa que se encontra representando externamente este
Legislativo na cerimônia de entrega do Prêmio Gerdau Melhores da Terra,
realizada hoje, a partir das onze horas e trinta minutos, na empresa Gerdau
Riograndense, no Município de Sapucaia do Sul; e Requerimento de autoria do
Vereador Adeli Sell (Processo nº 4481/06), deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo em
debate sobre “pirataria”, a ser realizado hoje, no Município de Rio Grande –
RS. Em continuidade, por solicitação do Vereador João Antonio Dib, foi realizada
verificação de quórum, sendo constatada a existência do mesmo. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal prestou esclarecimentos acerca de mensagem
veiculada em seu nome pelo correio eletrônico deste Legislativo, a qual
manifestava opiniões de cunho político-partidário relativamente ao Senhor Luiz
Inácio Lula da Silva, Presidente da República. Sobre o assunto, afirmou não ter
sido de sua autoria esse texto, desculpando-se pelos inconvenientes causados e
destacando sua boa relação pessoal com integrantes do Partido dos Trabalhadores.
O Vereador Aldacir Oliboni avaliou a importância do reconhecimento público do
Vereador Elias Vidal, em Comunicação de Líder, relativamente a equívocos no
envio de mensagem eletrônica. Ainda, cobrou do Governo do Estado o repasse das
verbas devidas para área da saúde municipal, frisando que o Relatório de atividades
da Secretaria Municipal de Saúde referente ao ano de dois mil e cinco desagradou
entidades civis ligadas a esse setor. Após, o Senhor Presidente registrou a presença
do Vereador Pedro Silvestre, do PSDB, Presidente da Câmara Municipal de
Bossoroca – RS –, e da Vereadora Terezinha Krolikowski, do PT, da Câmara Municipal
de Santa Rosa – RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo
discorreu sobre a situação dos serviços de saúde disponibilizados à população
porto-alegrense, traçando um comparativo entre a gestão atual nesse setor e a
da época em que o Partido dos Trabalhadores governou o Município. Nesse
contexto, elogiou o trabalho da Secretaria Municipal de Saúde, considerando
que, apesar dos problemas nessa área, a administração dessa Secretaria vem
sendo realizada de forma competente. Em prosseguimento, o Vereador Carlos
Comassetto formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
que sejam informados, nas Agendas das Sessões Ordinárias, os repasses do
Governo Estadual à Prefeitura Municipal, destinados à área da saúde, tendo o
Senhor Presidente prestado esclarecimentos e o Vereador Claudio Sebenelo se
manifestado sobre do assunto. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/06, discutido pela
Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores Claudio Sebenelo e Ervino Besson,
os Projetos de Lei do Legislativo nos 158/06, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto, e 159/06, discutido pelo Vereador
João Antonio Dib; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
006/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos 145, 154, 155, 157,
179, 182 e 168/06, este discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelos
Vereadores Ervino Besson e Carlos Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Raul Carrion abordou criticamente mudanças previstas pela Comissão de
Revitalização do Cais Mauá na orla do Lago Guaíba, entre a Estação Rodoviária e
a Usina do Gasômetro. Sobre o tema, afirmou que este Legislativo não está sendo
devidamente informado sobre o andamento da licitação internacional que deve
selecionar as empresas responsáveis por essas obras e que as docas do porto são
Áreas de Interesse Cultural que devem ser preservadas. Na oportunidade, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da participação desta Casa no
processo licitatório para as obras no Cais do Porto municipal. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador João Antonio Dib reforçou a necessidade de recuperação da
região portuária de Porto Alegre, alegando que a realização de licitação
internacional sem o estudo prévio de viabilidade urbana e sem que a população
tome conhecimento desse processo se constitui num desrespeito a esta Casa.
Ainda, comentou a não-manifestação sobre o assunto por parte do Presidente da
Comissão de Revitalização do Cais Mauá. Na ocasião, o Vereador Raul Carrion
formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que
este Legislativo designe representante para acompanhar reunião a ser realizada
amanhã pela Comissão de Revitalização do Cais Mauá, bem como solicitando
informações acerca da participação desta Casa nas reuniões já realizadas pela referida
Comissão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Bernardino Vendruscolo comentou o pronunciamento de hoje do Vereador
Raul Carrion, em Comunicação de Líder, acerca do processo licitatório
internacional para projetos de revitalização do cais do porto da Cidade,
destacando a importância da participação deste Legislativo nos debates sobre o
assunto. Ainda, defendeu a busca de propostas que viabilizem a utilização
econômica e cultural desse espaço de Porto Alegre. Às dezesseis horas e
quarenta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelo Vereador Luiz Braz e pelas Vereadoras Margarete Moraes e Maria
Celeste, esta nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e
secretariados pelo Vereador Elias Vidal. Do que eu, Elias Vidal, 2º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para um Requerimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN (Requerimento): Sr.
Presidente, cumprimento V. Exª e todos os nossos Vereadores. Quero anunciar a
presença do Sr. Clóvis Gomes Salazar, Vereador do PFL e Presidente da Câmara
Municipal de Santo Antônio da Patrulha, e dos colegas Vereadores da cidade de
Bozzano: Sr. Elói Cigana e Sr. Rudimar Vieira, ambos do PDT.
Sr. Presidente, também aproveito este momento para
solicitar um minuto de silêncio pelo passamento de um grande amigo de Porto
Alegre, uma pessoa ilustre da Zona Sul, líder do Clube Rio-Grandense, Generino
Da La Valle, que veio a falecer hoje. Solicito em meu nome e em nome do Ver.
Ervino Besson. Era uma pessoa muito querida de Porto Alegre. Eu solicitaria que
a Câmara fizesse, como homenagem póstuma, um minuto de silêncio.
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr.
Presidente, também nós queremos fazer uma homenagem à ex-funcionária do
Gabinete da Verª Sofia Cavedon, do Partido dos Trabalhadores, Fátima Alves, que
está sendo sepultada neste momento.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Peço aos Srs.
Vereadores que, de pé, observemos um minuto de silêncio.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Agradeço a
todos.
Dou as boas-vindas aos nossos
convidados, tanto aos Vereadores quanto aos que não são Vereadores e que vieram
até a Casa para acompanhar os trabalhos desta Sessão Ordinária.
Passamos à
(até 06 oradores/10 minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
N. 4348/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 031/06, que dispõe sobre as diretrizes
orçamentárias para 2007 e dá outras providências.
PROC.
N. 4349/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 032/06, que altera a Lei n. 9.814 de 29 de agosto
de 2005, que dispõe sobre o Plano Plurianual 2006-2009 e dá outras
providências.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos
Comassetto está com a
palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
visitantes que participam desta Sessão, senhoras e senhores, hoje quero dar
continuidade ao debate que já iniciamos da LDO - Lei de Diretrizes
Orçamentárias - e da reforma do Plano Plurianual. Quero reafirmar a posição que
já defendi desta tribuna, do equívoco, sob o ponto de vista do Executivo
Municipal, de encaminhar a esta Casa a reforma do Plano Plurianual e a análise
da LDO como um único movimento. Está equivocado administrativamente o Governo
quando encaminha dessa forma, porque nós temos que, primeiro, analisar o Plano
Plurianual, inclusive examinar alguma revisão proposta, para, após a revisão e
aprovação, podermos analisar a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Por
quê? Porque o Plano Plurianual para os próximos quatro anos nós já aprovamos no
ano passado. A partir dessa lógica, diante de qualquer reforma que tenhamos de
fazer no Plano Plurianual, nós teremos antes que analisar os Projetos
estratégicos que pensamos, discutimos e aprovamos, com os quais concordamos ou
dos quais discordamos, já que aprovamos o Plano Plurianual. Agora vem para esta
Casa o Projeto do Executivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias, e vem um
segundo Projeto que é a reforma do Plano Plurianual. Essa forma como nos foram
encaminhados os Projetos está na contramão da técnica administrativa,
legislativa e das análises políticas. Faço novamente esse registro.
A segunda questão que queria aqui analisar: como já disse na Reunião passada - fiz um debate aqui com o nosso colega Ver. João Antonio Dib, da base do Governo -, na página nº 3, no art. 7º, o Executivo anuncia que os recursos destinados para investimentos corresponderão, no mínimo, a 10% do valor total do Orçamento. Como o nosso Orçamento é em torno de dois bilhões e pouco, isso significa que o investimento não será menor do que 200 milhões, previstos para o ano de 2007. Porém, no art. 9º, logo na seqüência, o Executivo Municipal diz (Lê.): “Constarão na Lei Orçamentária Anual as seguintes autorizações: I - Para a abertura de créditos suplementares, como segue: a) no máximo 10% do total da despesa autorizada.” O que significa isso? Vejam, 10% do total da despesa autorizada - dos dois bilhões, que é o total da despesa que nós autorizamos - significa 200 milhões, é igual ao valor total do investimento, Ver. Raul Carrion. Portanto, como é que nós podemos aprovar uma LDO, aprovar um Orçamento, que terá que vir na seqüência, e, ao mesmo tempo, dar um cheque em branco dizendo que o Executivo pode suplementar, Verª Margarete Moraes, 10%? É a mesma coisa que nós não aprovarmos nenhum Orçamento, porque aí o Executivo vai mexer em todo ele. Aí as pessoas vêm me dizer: “Mas os Executivos todos mandam 10% para depois fazer emenda e reduzir”. Acho que não precisamos brincar aqui de Executivo e de Legislativo, temos que tratar isso com a seriedade necessária.
Quero
analisar uma terceira questão aqui. Como já disse na semana passada, na página
30, nos Anexos, que trata do tema da renúncia fiscal, Verª Manuela d’Ávila,
entre as renúncias fiscais que aqui estão apresentadas, uma propõe diminuir o
ISSQN do transporte público coletivo, ou seja, dos ônibus regulares de Porto
Alegre, de 2,5% para 2,0%. O que significa reduzir 0,5% no sistema de
transporte... Ou melhor, propõe reduzir as alíquotas do transporte coletivo
realizado através de linhas regulares de ônibus de 2,5% para 2,0%, e as do trem
reduz de 5,0% para 2,0%. Nós sabemos todos que a tabela para analisar o preço
da passagem é uma equação: quem paga a passagem é que paga o total do custo do
transporte coletivo. No momento em que o Executivo está propondo reduzir a
alíquota, isso teoricamente vai reduzir os custos dessa equação toda. A
pergunta que nós fazemos: quando isso foi discutido no Conselho Municipal de
Transporte Urbano? Quanto significará na possível redução, também, da passagem
do coletivo municipal de Porto Alegre? Queremos ter uma resposta para poder
aceitar essa lógica de discussão.
Por
último: no ano passado fizemos uma discussão com o Sr. Presidente desta Casa, o
Ver. Humberto Goulart - que não está aqui neste momento -, e apresentamos uma
Emenda, de nossa autoria, sobre os Projetos de Saúde, tratando do Hospital
Geral da Restinga e dos dezesseis Postos da Saúde da Família, Projeto este que
ficou pronto em 2004; Projeto este em que consta um convênio assinado com o
Hospital Moinhos de Vento; Projeto este que se propõe a fazer naquela
comunidade um hospital-escola com 130 leitos; Projeto este que aponta para a
construção de dezesseis Postos da Saúde da Família com 32 equipes; Projeto este
que apresenta quinze Postos da Saúde da Família Bucal para a Região
Restinga/Extremo Sul. Aprovamos isso, está no Plano Plurianual aprovado,
inclusive com indicativo de uma verba de 1 milhão e 450 mil como contrapartida do
Município, e está nas metas do convênio assinado, para que o Município cumpra e
construa a parte que lhe diz respeito, ou seja: extensão de telefonia, extensão
da rede de energia elétrica, extensão dos equipamentos públicos necessários,
para que o Projeto do Hospital da Restinga se constitua.
Inicialmente,
dentro da Secretaria Municipal da Saúde, se criou uma posição política
contrária à construção de novos hospitais na Restinga, ou em Porto Alegre,
melhor dizendo, inclusive o da Restinga. Fizemos um debate profundo, e quem
galvanizava essa posição contrária a novos hospitais era o Dr. Raul Martins, e,
por esse embate que fizemos e outros, o Dr. Raul Martins acabou caindo, não é
mais Diretor da Secretaria Municipal da Saúde. O Secretário Pedro Gus e o Executivo
Municipal passaram a defender publicamente a construção do Hospital da
Restinga. Só que temos gravado, para o Orçamento deste ano, para o Hospital
Geral da Restinga, o recurso de 450 mil reais como verba de contrapartida. E
estão apontados mais 450 mil reais para 2007.
Na
reforma apresentada aqui, em Metas e Prioridades da Administração Municipal
para 2007, no Programa Receita e Saúde, sumiu o Projeto do Hospital da
Restinga. E nós não podemos aceitar isso dentro da construção coletiva que
estamos fazendo a respeito desse Projeto para aquela região, para aquela
comunidade. Assim como, Ver. Sebenelo - que é médico, mas não está no momento
-, sumiu o Projeto Pronto-Socorro Zona Sul, do Hospital Parque Belém.
Portanto,
já levanto, dentro das questões pontuais e setoriais, que temos alguns pontos
que o Plano Plurianual não apresenta, dentro daquilo que aprovamos como
política construída para a cidade de Porto Alegre. E poderia discorrer aqui
sobre um conjunto de outros programas e projetos que já aprovamos no
Plurianual, projetos que têm indicativo de recursos para todos os anos, mas que
agora, nas Metas e Prioridades da Administração Municipal para 2007,
simplesmente sumiram, sem nenhuma justificativa.
Srs.
Vereadores, creio que essa análise é importante, porque nós não podemos estar
aqui brincando de Legislativo. Nós aprovamos o Plano Plurianual, que deve ser
seguido na LDO e na próxima lei que iremos aprovar, que é o Orçamento para
2007. Estou citando o caso do Hospital Geral da Restinga, porque ele é simbólico
para Porto Alegre, é simbólico para a Saúde, é uma visão, um conceito e também
nos permite a lei da continuidade administrativa. Os projetos que ficam de uma
Administração devem e podem ser desenvolvidos por outra Administração, sem a
lógica da ruptura, para não perdermos, porque os bons projetos, quando muda a
Administração, vão para a gaveta, e começa tudo do zero.
É
nesse sentido a nossa contribuição para o debate da LDO de 2007. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Margarete Moraes está com a
palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Desiste. O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, hoje, antes de debater especificamente a
Lei de Diretrizes Orçamentárias, eu preciso falar do “choro participativo”.
Ocorre que a maioria dos Vereadores da Frente Popular, quando se referem à LDO,
lembram o Orçamento Participativo, dizendo que a atual Administração não
estaria dando atenção ao mesmo. Na
segunda-feira eu disse a eminente Líder do PT, Verª Sofia Cavedon, que eu
traria ao conhecimento da Casa uma centena, no mínimo, de obras realizadas para
o Orçamento Participativo, e não para o “choro participativo”, obras que foram
realizadas atendendo as listas que antes não foram atendidas; cerca de
seiscentas obras do Orçamento Participativo até 2004 não foram realizadas.
Eu tenho aqui em mãos 197 obras do Orçamento
Participativo de 1998 a 2004, e os valores são os mais variados. Inclusive uma
obra listada em 2003 tratando do disciplinamento viário do entroncamento da Rua
4.523, loteamento Cavalhada. Essa obra extraordinária custava 300 reais e não
foi realizada por aqueles que hoje fazem o “choro participativo”. No entanto,
dessas 197 obras realizadas sem choro, há obras no valor de 2 milhões de reais,
1,5 milhão, e há de 300 reais. São 197 obras realizadas em matéria do Orçamento
Participativo, do qual agora, realmente, a comunidade participa e vê as obras
acontecerem.
Em matéria de Plano
Plurianual, o Ver. Comassetto insiste que ele não poderia ser alterado. Não
está escrito em lugar nenhum que não possa ser alterado. E a alteração que está
sendo feita não tem uma profundidade maior, ela apenas está retirando um programa,
o Programa de Apoio Administrativo, e o substituindo por outros programas de
finalística, programa de gestão de políticas públicas e administração geral e
publicidade. Então, ela não está fazendo nada. Agora, o erro que eu acho que a
Prefeitura cometeu, e não vou dizer que não é errado, é que ela fez esse Plano
Plurianual até 2009, e ela só podia fazer até 2008.
O
Sr. Carlos Comassetto:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib,
muito obrigado. Primeiro, eu não disse em momento nenhum que nós não poderíamos
requalificar o Plano Plurianual, não disse isso. Eu disse que o Executivo não
poderia ter mandado, neste momento, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Plano
Plurianual juntos, casados, porque são Peças... Inclusive, em 2005 - e V. Exª
sabe muito bem dessa estruturação administrativa -, primeiro aprovamos o Plano
Plurianual, depois a Lei de Diretrizes Orçamentárias e depois o Orçamento. Por
que o Executivo não mandou antecipadamente essa proposta de revisão para nós
podermos analisar os projetos a largo prazo, para verificarmos os programas e
projetos? Não haveria nenhum problema se assim o tivesse feito. Muito obrigado.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Vereador, realmente o momento é oportuno, não podemos fazer depois, tem que ser
antes de aprovarmos a Lei de Diretrizes Orçamentárias; vieram juntos os dois, e
está correto.
A
preocupação do Vereador é com a suplementação de 10% do total das receitas da
Prefeitura e com o fato de que ela coloca, num dos artigos da Lei de Diretrizes
Orçamentárias, que fará, no mínimo, 10% de investimentos. Ora, essa
suplementação só poderá se realizar se houver excesso de arrecadação. Ela não
pode...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Raul Carrion.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver. Carrion, eu sempre sou muito
atento, e não pode, só pode ser por excesso de arrecadação, ou reduzindo outra
rubrica.
O
Sr. Raul Carrion:
Reduzindo outra rubrica. Só por excesso de arrecadação seria um equívoco
primário.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Vossa Excelência não me deixou concluir. Eu tenho a responsabilidade de falar
as coisas com certeza. Então, se não reduzir uma outra rubrica, se não houver
excesso de arrecadação, ele não vai fazer essa suplementação de 10%. Volto a
dizer: em todos os anos, nos dezesseis anos do Partido dos Trabalhadores e
agora nos dois anos do Prefeito Fogaça, vem o mesmo valor de 10%; todos os
Vereadores fazem Emendas as mais diferentes, e nunca é dada ao Prefeito a
oportunidade de fazer uma suplementação de 10% sobre o valor das suas receitas
correntes. Então, essa não me preocupa, e, se ele fizer um investimento de 200
milhões de reais, ou um pouco mais, será muito bom para a Cidade.
Há
uma preocupação com alíquota do transporte coletivo que passará de 2,5% para
2%. Eu não tenho nenhuma preocupação, até porque, quando se faz o cálculo
tarifário, evidentemente é colocado no custo da tarifa o imposto pago à
Prefeitura de Porto Alegre. Por outro lado, há uma lei que ainda está em vigor,
que não foi derrogada e que o Partido dos Trabalhadores, quando exerceu a
Prefeitura, poderia ter usado em vez do plus tarifário - que deu
confusão em toda a Cidade -, mas o Partido não usou essa lei, que é a Lei do
Prodescol. Através do Programa de Desenvolvimento da Frota do Transporte
Coletivo, o empresário, no momento em que colocasse um novo veículo, recebia da
Prefeitura uma parte do imposto. Foi uma lei criada pela Câmara, não pelo
Prefeito, foi criada para que houvesse o desenvolvimento da frota. Então, não
há preocupação.
Agora,
o que representa esse 0,5% a menos na tarifa? Eu só vou dar um exemplo. Mais de
40% da tarifa é mão-de-obra: motorista, cobrador, chefe de tráfego, mecânico,
fiscal, pessoal de tráfego em geral e mais as oficinas. Meio por cento
não vai fazer diferença, mas será computado, Ver. Comassetto, pode ter certeza,
porque há uma fórmula de cálculo na qual todos os itens são listados e
aprovados no Conselho Municipal de Transporte. Eu quero insistir: não é o
Conselho Municipal de Transporte que aprova a tarifa, quem aprova a tarifa é o
Prefeito. Eu fui Prefeito, e o Conselho não aprovava; eu é que aprovava
examinando os números que eram oferecidos. O Conselho apenas analisava se
estava certo, se estava errado. Geralmente, a Secretaria tem os seus técnicos e
apresenta dados corretos, que são buscados no mercado, não são inventados.
Então, não há por que ter a preocupação. Mas o Conselho de Transporte não fixa
tarifa, é o Prefeito.
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. João
Antonio Dib. Primeiro, sobre a suplementação nos dezesseis anos da
Administração Popular e assim por diante: nunca foi aprovada uma suplementação
de 10%, ela ficava em média 2,5%, que nós aprovávamos. O Prefeito está mandando
10%, portanto 7,5% a mais do que a média histórica do que aprovávamos. A
primeira questão é essa. A segunda é que, quando se propõe uma renúncia fiscal
para um sistema de transporte coletivo e para os trens, obviamente essa
discussão tem que passar pelo Conselho, passar pela Cidade e tem que refletir na
qualificação do sistema - essa é a nossa defesa -, não pode somente um setor
tirar benefício. Esta discussão é que queremos ouvir do Executivo Municipal: de
que maneira o sistema vai se beneficiar? Não simplesmente uma parcela do setor,
que é a parcela empresarial, que merece ganhar, sim, sem dúvida nenhuma, mas
queremos discutir dentro do sistema da tarifa única. Obrigado.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador, nós estamos analisando a
Lei de Diretrizes Orçamentárias. Para que haja alteração da alíquota, no
momento da entrega da Proposta Orçamentária, o Prefeito tem que trazer as
alterações tributárias na forma de leis, e essas leis é que serão discutidas.
Por enquanto, estamos dando as diretrizes.
E,
por outro lado, não foi 2,5% a média, sempre ficou entre 4% e 5%; é que houve
um ano aqui que colocaram 0,5%, mas a Justiça derrubou a Emenda do Vereador. De
qualquer forma, eu acho importante que seja estudado, e V. Exª tem o meu
respeito pelo debate que faz, sincero, sem dúvida nenhuma. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. O Ver. Raul Carrion
está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. RAUL CARRION: Exma. Presidenta, Verª Margarete Moraes;
demais Vereadores e Vereadoras, todos que nos acompanham nesta tarde, em
primeiro lugar, Ver. João Dib, quero confessar que este é meu sexto mandato,
ainda que tive, em 1996, um ano. Pela primeira vez, não sendo o primeiro ano de
mandato, nós estamos discutindo o Plano Plurianual, porque sempre a sistemática
foi o Plano Plurianual acompanhar os quatro anos, a LDO dar as diretivas para
cada ano, e a Lei Orçamentária quantificar, fazer o detalhamento. Claro que nós
temos um antecedente: no ano passado, o Plurianual veio umas três vezes para
esta Casa, sempre sendo corrigido e alterado, mostrando um certo
desconhecimento da nova equipe que trata da questão orçamentária. Porém, ainda
que haja a possibilidade de uma correção do Plano Plurianual, não pode ser
entendido como um novo Plano Plurianual, ou como uma modificação estrutural do
Plano Plurianual. Isso seria, digamos, acabar com qualquer previsibilidade
orçamentária, inclusive com o poder que esta Casa tem de determinar uma orientação
para os quatro anos de Governo. Então, primeiro quero registrar minha surpresa.
Talvez V. Exª, que tem mais mandatos, saiba se ocorreu algo similar no século
passado, ou no milênio passado.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) No século passado, nós dois éramos Vereadores. Na realidade, eu
tenho nove mandatos e nunca tinha visto acontecer esse fato.
O SR. RAUL CARRION: Então V. Exª corrobora o que eu falo
aqui.
O Sr. João Antonio Dib: E em local algum está dizendo que é
proibido; ele está substituindo um programa do Plano Plurianual por outro
programa, porque todo Orçamento vem na forma de programa.
O SR. RAUL CARRION: Mas concordamos que é algo inédito.
O Sr. João Antonio Dib: É algo inédito, mas não é ilegal e
incorreto; poderia ser, sem dúvida nenhuma. Eu não tinha visto, é a primeira
vez.
O SR. RAUL CARRION: É a primeira vez que eu vejo também. No
milênio passado, então, não houve.
Em
segundo lugar, eu queria lembrar um pouco qual é o espírito do Orçamento. O
Orçamento surgiu na Inglaterra no milênio passado, há muitos séculos, foi a
busca do povo, através do Parlamento, tentando impedir o autoritarismo, a
autonomia total do soberano, do príncipe, como diria Maquiavel. Portanto, tudo
o que vem no Orçamento, neste Plano Plurianual ou na LDO no sentido de retirar
as nossas atribuições, Ver. Dib, é contrário ao espírito de tudo o que orientou
o surgimento do Orçamento.
E
aí me preocupa, além dessa tentativa de um novo Plano Plurianual, um detalhe
técnico importante: o Plano Plurianual é a base para a LDO, tanto que muitas
vezes as nossas Emendas à LDO eram jogadas no lixo - e V. Exª participava da
CEFOR -, com a seguinte argumentação: “Não está previsto no Plano Plurianual.”
Portanto, eu acho que deve haver um Plano Plurianual para poder fazer uma LDO
coerente, uma questão de lógica elementar. Vossa Excelência, como Engenheiro,
assim como eu, que estudei quatro anos, sabe que isso é lógica da mais
elementar. Não precisa nem entrar na lógica dialética, lógica formal. Pois bem,
como nós vamos discutir e emendar um Plano Plurianual e, ao mesmo tempo, fazer
uma LDO? É muito complicado, porque, se vier uma emenda no Plano Plurianual, a
emenda à LDO não poderia ser apreciada, e nós vamos apreciá-las conjuntamente.
Então, há uma outra dificuldade nessa questão inédita que se coloca para a
nossa Câmara.
Agora,
eu vejo aqui outras questões. As emendas aprovadas pelo Poder Legislativo serão
destacadas da Lei Orçamentária através de subatividades e subprojetos. Gostaria
de entender como é que a Câmara, que aprova o Plano Plurianual, que aprova os
programas, que aprova as ações, agora, se ela fizer uma Emenda, vai ter um
subprograma, uma subatividade e um subprojeto. Então, é melhor já mandar um
Decreto dizendo que nós somos subvereadores, a começar pelo Ver. João Dib, que
certamente se revoltará com essa situação.
Há
a questão da abertura de créditos suplementares no valor de 10%. Eu consulto:
se for somente para constar aqui, tudo bem, faz parte; agora, houve algum momento,
Ver. Dib, no século passado ou no milênio passado, nesta Casa, que a
suplementação foi de 10%? Neste ano, 10% significa mais de 200 milhões, que o
Executivo poderá colocar onde quiser, sem submeter a esta Casa, retirando,
portanto, 200 milhões de qualquer rubrica, colocando 200 milhões em qualquer
rubrica. Então, é evidente que nós não podemos passar um cheque em branco desse
tipo.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Raul Carrion, V. Exª trouxe a história do orçamento lá
da Inglaterra. Devo dizer a V. Exª que o Orçamento orça a receita e fixa a
despesa. Então, dentro disso, o executor do Orçamento é obrigado a atuar. Os
10%, V. Exª sabe, são para os
Vereadores brincarem de Vereador, para fazerem Emenda! Então, eu nunca emendei
isso aí; penso que eu, Prefeito, não mandaria 10%, porque a Câmara nunca vai
aprovar!
O SR. RAUL CARRION: Estamos novamente concordando no que se
refere ao ineditismo e à tentativa de, digamos, fazer um Orçamento de
brincadeira, com 10% de suplementação. Mas, em relação a outra questão, do
subprojeto, da subatividade, da subação...
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um
aparte?
O SR. RAUL CARRION: Já lhe permito
falar, pois não ouvi a sua opinião sobre isso.
As
emendas que nós fizermos não poderão afetar as ações, os programas, os
projetos; são subações, subatividades, subprogramas. Por acaso, nós somos
subvereadores?
O
Sr. João Antonio Dib: Vereador, V. Exª sabe que eu o considero
muito inteligente e não estou fazendo favor; V. Exª é inteligente. Se o
Orçamento é feito por programa, é porque dessa forma nós vamos conhecer as
obras que serão realizadas, onde será investido o dinheiro do porto-alegrense,
para que possamos fiscalizar, e isso não nos torna menores. Talvez tenhamos
dificuldade em entender os programas, os subprogramas, mas é tudo para que se
faça de maneira transparente.
O
SR. RAUL CARRION: Eu estou, evidentemente, brincando um pouco,
porque nós não somos subvereadores, e nem aceitaremos ser; apenas para dizer que
nós não podemos aceitar essa qualificação sobre as nossas emendas. As nossas
emendas podem modificar o que quisermos, e o Sr. Prefeito deve executá-las.
O
Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quero contribuir com o debate, Ver. João Antonio Dib,
dizendo que a sua afirmação estaria correta se em todos os anos, como está
sendo agora, não viesse, no Plano Plurianual, mudança nos programas, porque o
que é que nós decidimos? No Plano Plurianual, nós decidimos os programas para
os quatro anos, as diretrizes e os programas. Agora, se a cada ano mudam os
programas, como nós podemos fazer essa discussão à luz da qualidade dos
projetos?
O
SR. RAUL CARRION: Agradecemos, Ver. Carlos Comassetto.
Para concluir, eu creio que nós todos estamos
estudando a mudança do Plurianual, da LDO, mas estamos preocupados com essas
alterações.
Queria também manifestar - outros Vereadores já o
fizeram - a preocupação, simplesmente, quanto à exclusão de um programa, que é
o Programa de Apoio Administrativo. Verª Maria Celeste, simplesmente é dito:
”Fica excluído o Programa de Apoio Administrativo”. Alguém que é leigo vai
achar que é um programinha entre tantos! Agora, vejamos - eu deixei ali a
folha: para esse Programa de
Apoio Administrativo constam somente 7,8 bilhões de reais, e ele é excluído, e,
pior, não diz aqui para onde vão, de uma penada, esses 7,8 bilhões, que é a
imensa maioria do Orçamento da Cidade; é excluído esse Programa. E esses 7,8
bilhões, Verª Margarete, serão distribuídos em outras rubricas. Não diz nem
onde; “o gato comeu”? Minha gente, isso não é uma proposta séria, isso não
pode, isso não pode ser uma proposta séria. Nós vamos ter que atuar e votar
subatividades, subações, e simplesmente 8 bilhões de reais, arredondando, de um
Plano Plurianual, que é, mais ou menos, um pouco mais do que é isso,
desaparecem!
Então
é evidente que esta Casa precisa se debruçar, com muita cautela, sobre a
proposta. Esperamos, Ver. Dib, que, como no ano passado, venha logo uma
retificação. Está aqui a assessora da Verª Maristela Meneghetti, que era a
Relatora, nós estivemos lá na sua sala pelo menos três a quatro vezes, e,
conforme a hora, vinha uma retificação. Eu acho que faltou alguma vírgula aqui,
não posso concordar que seja séria uma proposta trazida dessa forma. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A
SRA. MARIA CELESTE: Srª
Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
complementando a discussão dos Vereadores Comassetto e Raul Carrion, que me
antecederam, quero dizer que nos causa uma estranheza muito grande esta Casa
receber - pela primeira vez na história a Câmara, agora já confirmado pelo Ver.
João Antonio Dib -, na discussão das Diretrizes Orçamentárias, novamente o PPA,
Plano Plurianual, para ser reavaliado, reanalisado; para a nossa surpresa isso está
acontecendo.
E pasmem, senhoras e senhores: surpresa maior ainda
porque sequer as alterações do PPA foram discutidas, e quem sabe isso se
tornará uma prática no ano que vem: novamente o Governo vai estar reavaliando
as suas ações para os quatro anos de gestão, já passando metade do seu período,
e vai, quem sabe, mandar novamente um outro PPA para ser avaliado. E nós
deveríamos estar nos debruçando agora sobre as Diretrizes Orçamentárias para
2007.
E, para nossa surpresa maior ainda, sequer essas
alterações do Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano
foram levadas ao Conselho do Orçamento Participativo da nossa Cidade, sequer
consultaram o Conselho. Ora,
o Governo se elegeu dizendo que iria manter o que estava bem, e o Orçamento
Participativo estava bem na avaliação do Sr. Prefeito - então candidato -, ele
iria respeitar todas as demandas, todo o processo, mas neste ano os
Conselheiros não souberam da nova versão do Plano Plurianual, isso não passou
em nenhuma das discussões das Temáticas, dos Conselhos, dos Fóruns de
Delegados.
Surpresa
maior ainda: esta lei que hoje estamos analisando, Ver. Comassetto, foi
apresentada no Conselho de Orçamento e discutida com representantes do Governo,
com o Secretário de Governo, de uma outra forma. Lá foi apresentada uma outra
lei, uma outra discussão foi iniciada. Pior ainda: quando entregou esta Peça
Orçamentária aqui para o Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre - o
Prefeito veio trazer a nova Lei de Diretrizes Orçamentárias e as alterações do
Plano Plurianual numa sexta-feira -, os Conselheiros desconheciam o teor. Pior:
na reunião do Fórum de Delegados da Restinga, realizada um dia depois da
entrega desta lei, ainda lá, os representantes do Governo discutiam a primeira
versão da Lei de Diretrizes Orçamentárias da cidade de Porto Alegre.
O
que está acontecendo com este Governo? Esqueceram de avisar os representantes
do Governo do Orçamento Participativo da Cidade de que houve alterações nesta
lei, de que, nesta Casa, foi entregue uma outra lei? Acho que, como em todas as
outras ações, existe um grande equívoco e um grande desgoverno nesta Cidade.
Quero
registrar isso, porque nós não podemos brincar de administrar a cidade de Porto
Alegre. Isso é muito sério, e essa contradição aparece quando vamos analisar o
art. 2º e o art. 4º da Lei de Diretrizes Orçamentárias. No art. 2º, de fato, se
mantém o que foi colocado no Orçamento Participativo: “Conforme decisão do
Orçamento, a distribuição de recursos obedecerá as seguintes prioridades: a)
Habitação, b) Educação, c) Assistência Social, d) Pavimentação”, etc., etc. Já
o art. 4º diz diferente, contradiz o que disse o Orçamento quando coloca: “A
alocação de recursos obedecerá a uma nova configuração orçamentária,
priorizando os programas de Governo, bem como os órgãos coordenadores e
executores dos programas”.
O
Governo tem que se decidir! Mantém o Orçamento ou não?! Esta decisão o povo de
Porto Alegre precisa saber: ou vai manter aquilo que foi discutido nas regiões,
nas temáticas, ou muda para projetos e programas. Eu não tenho nenhum desacordo
em relação a isso, cada executor tem que implementar a sua forma de gestão. Se
serão programas e projetos como agora está sendo mostrado, então vamos parar de
fazer de conta que Orçamento Participativo existe na cidade de Porto Alegre.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
A
SRA. MARIA CELESTE: Ver.
Bosco, com a maior honra lhe dou um aparte, com certeza. Vossa Excelência pode
vir ao microfone, porque não o estou escutando daí.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste, a
Liderança toda do Governo não está aí, e eu estou aqui, passando trabalho
desnecessariamente!
A
SRA. MARIA CELESTE: Como
sempre, Ver. João Dib!
O
Sr. João Antonio Dib: Eu
queria, primeiramente, dizer a V. Exª que mostrei, no início da minha fala, 197
obras, variando de 300 reais a 2 milhões de reais, do Orçamento Participativo,
que vai muito bem, obrigado! O Governo está executando obras das Administrações
passadas, porque há obras desde 1998.
O
Orçamento, realmente, é uma Peça de importância, porque orça receita e fixa
despesa. Fixada a despesa, ele não pode sair daquilo ali, por isso pede
suplementação, por isso nós nunca vamos deixar o Governo suplementar 10%.
Nunca! Nem ele, nem nenhum outro Prefeito.
A
SRA. MARIA CELESTE: Eu
entendo, Ver. João Antonio Dib, por isso eu digo: não tenho desacordo com a
forma pela qual o Governo está mandando a Peça para esta Casa. O meu desacordo
é que a proposta colocada, através do Orçamento Participativo, foi uma, e a que
foi apresentada é outra. O Governo tem que se decidir! Ele quer manter a
proposta do Orçamento que foi discutida no Conselho do Orçamento ou quer tratar
a Lei de Diretrizes Orçamentárias através de programas e ações? É o que está
sendo construído agora, porque não é a mesma coisa do que estava sendo discutida
anteriormente. É só disso que nós estamos tratando.
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Contribuindo com o debate,
sobre essa questão entre o discurso e a prática, quero dizer que a democracia
participativa só se efetivará se ela tiver também a sua prática constituída. E
reforço aqui a sua fala com dois documentos que recebemos. Primeiro, a Ata nº
13 do Conselho do Orçamento Participativo, do dia 15 de agosto de 2006, diz que
foi feita uma discussão, e veio outra para a Câmara. E também o site que
está no ar, do Centro de Assessoria e Estudos Urbanos (Lê.): “O Projeto de Lei
de Lei de Diretrizes Orçamentárias apresentado no COP não foi o mesmo que o
Governo encaminhou para a Câmara de Vereadores. Os Conselheiros sentiram-se
enganados.” Já é pública essa notícia. Reforça a sua afirmação. Muito obrigado.
A
SRA. MARIA CELESTE: Queria
dizer também que, de fato, algumas obras atrasam, mas também se mudou o jeito
de tratar, quando não são executadas as obras de um PI - Plano de Investimentos
- para o outro. Agora o Governo diz que, em não sendo atendidas as obras de
2005, por exemplo, tem que haver uma nova demanda, as comunidades vão ter que
se reorganizar e remeter novamente para o Orçamento aquela demanda que já tinha
sido feita anteriormente. Então tudo que não foi realizado em 2005, Ver. Dib,
será desconsiderado para 2006, da mesma forma de 2006 para 2007, diferente de
ficar gravado e de se tentar fazer com que realmente se viabilize a obra na
prática.
O
Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?
A
SRA. MARIA CELESTE: Pois
não, Ver. João Antonio Dib, muito me honra mais um aparte seu.
O
Sr. João Antonio Dib: Verª
Maria Celeste, em primeiro lugar, minhas escusas por incomodá-la tanto. Mas, no
Anexo 01 da proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias, estão explícitos todos
os programas e obras que serão realizados. O Orçamento tem sido apresentado com
obras que nós podemos cobrar tranqüilamente, que ali estão e têm que ser
realizadas. Esses programas levam essa vantagem, porque nós podemos fiscalizar
a execução. E não ficarão obras atrasadas; se ficarem, eles vão ter que
justificar.
A
SRA. MARIA CELESTE: Muito
bem, Ver. João Antonio Dib, já iria chegar à questão do Anexo, no item dos
programas e projetos. De fato, existe uma preocupação - eu ainda não estudei,
estamos agora no período de Pauta estudando todo o Projeto -, e já pude
constatar que, sobretudo as metas que dizem respeito à Educação Infantil e à
Assistência Social do Município de Porto Alegre, estão completamente estagnadas
para 2007. Nós sabemos, por exemplo, da defasagem que existe na cidade de Porto
Alegre para que se consiga uma vaga para as crianças que estão na idade da
Educação Infantil, ou seja, nas creches comunitárias de Porto Alegre. Não há
nenhuma previsão, no Orçamento, de aumento de metas para o ano que vem; nós
sabemos, inclusive, que existe no Ministério Público um documento dos
Conselheiros Tutelares falando seriamente sobre essa questão da não-oferta de
vagas para a Educação Infantil no nosso Município.
Nós
sabemos a dificuldade que existe; tivemos uma audiência pública na CEDECONDH
com os moradores de rua sobre a dificuldade de vários projetos e programas na
área da Saúde, na área da Habitação para essa população, e eu não verifiquei,
comparando a Lei de Diretrizes do ano passado com esta para o ano que vem,
sequer aumento de metas nesse sentido.
De
fato, a definição de programas e as metas estabelecidas facilitam a nossa
fiscalização, mas já estou preocupada porque verifico que não houve aumento de
metas para a Educação Infantil no Município e muito menos para a Assistência
Social. Muito obrigada, Srª Presidenta.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
(Pausa.) Ausente. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta
Especial. (Pausa.) O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para discutir a
Pauta Especial.
O SR. CASSIÁ CARPES: Verª Margarete Moraes, Presidenta dos
trabalhos; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, ouvi aqui o discurso da Verª
Maria Celeste e quero dizer, Ver. João Antonio Dib, que este Vereador está
preocupado. Este Vereador não é economista, mas passou pela Prefeitura como
Secretário de Obras e está preocupado com o futuro de Porto Alegre. Com
sinceridade, Ver. Carlos Comassetto, o Governo Fogaça - o perfil do Prefeito
Fogaça - não tem por norma, Ver. João Dib, falar de certas
coisas que a Prefeitura deixou de realizar. Ao mesmo tempo em que ouço
os Vereadores do PT aqui falando, eu quero dar um dado muito importante com que
eu, como Líder do PTB, estou preocupado.
A situação em que a Prefeitura se
encontra, devido ao déficit de 2002, 2003 e 2004, jamais visto em Porto Alegre
- coisa que a maioria da população ou quase toda ela não sabia -, faz com que
nós percamos a possibilidade de dinheiro internacional. E a minha experiência,
como Secretário, em recuperação de obras, principalmente do Orçamento
Participativo, diz que sem dinheiro internacional Porto Alegre não tem
condições de fazer grandes obras. E, se Porto Alegre teve um déficit
orçamentário em 2002, 2003 e 2004, ela precisa, Ver. Comassetto, recuperar
credibilidade.
Eu também quero ser sincero, Ver.
Comassetto: quando os homens responsáveis pela economia do Município disseram,
a grandes cantos, que Porto Alegre estava tendo um superávit primário, eu - V.
Exª é testemunha -, nesta Casa, em algumas oportunidades, citei que não era o
momento de comemorar superávit primário quando se tinha uma dívida, relativa a
2003, 2004 e 2005, de mais de 175 milhões, que o Governo Fogaça recebeu. Com
sinceridade, Ver. João Dib - e a Verª Celeste aqui tocou num ponto importante
-, eu não sei como é que se vai administrar 2007 e 2008 numa situação como
esta, em que o dito superávit primário não está sendo aplicado na recuperação,
principalmente na manutenção da Cidade.
Nós não podemos “tapar o sol com a peneira”.
Existia o déficit de 2002, 2003 e 2004, e eu não sei se será possível
recuperar, em 2006, 2007 e 2008, aquilo, Ver. Comassetto, que ficou pela sua
grandiosidade. E V. Exª sabe que sem dinheiro internacional Porto Alegre não
fazia e não faz o Orçamento Participativo prosperar.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Cássia, eu queria lhe
fazer aqui um contraponto. Afirmo que Porto Alegre faz e fará grandes obras sem a captação
internacional, porque nós aprovamos, neste ano passado, o empréstimo do Governo
Federal, alguns a fundo perdido do Programa Saneamento, para fazer o
Socioambiental, são 170 milhões do Governo Federal que estão vindo para o
Município para serem empregados no próximo ano. Poderemos não fazer todos os
projetos, mas algumas grandes obras faremos, a exemplo dessa que eu citei.
Segunda
questão: o repasse dos recursos tanto do Estado quanto da União. Nós temos aqui
que cobrar isso. Por exemplo, hoje o Estado está devendo um bilhão para a
Saúde, Porto Alegre, em 2005 e 2006, não recebeu um centavo do Governo do
Estado para a Saúde Municipal. É lógico que isso desequilibra a estrutura que
se planeja. Muito obrigado.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Cassiá Carpes, eu
quero tirar um pouco da sua intranqüilidade. A Administração Municipal já
recuperou grande parte do déficit. Ela já iniciou, nos primeiros dias de
Governo, pagando cinco milhões de dólares que deveriam ter sido pagos em 2002;
de forma estranha, a Administração passada maquiava a execução orçamentária.
O
SR. CASSIÁ CARPES: É
verdade!
O
Sr. João Antonio Dib: Tanto
que sempre demonstrou... Até 30 de setembro, pelo menos, de 2004, eu vi que
havia 100 milhões de reais na rede bancária, porém, de repente, havia um
déficit tremendo. Mas a Administração atual está levantando, com tranqüilidade,
aquele déficit e vai buscar no Exterior... E V. Exª tem razão, se não vier
dinheiro do Exterior, não vai haver o Socioambiental, não vai haver
continuidade de obras de grande vulto, e elas são indispensáveis.
O
SR. CASSIÁ CARPES: O
Viaduto Leonel Brizola, por exemplo. Exatamente.
Então,
isso que nós estamos debatendo aqui é a situação, e o Ver. João Dib falou
claramente: é a maquiagem. Com relação ao que existia de junho até dezembro de
2004, Ver. João Dib, não foi feito empenho, portanto não aparecia essa dívida.
Conseqüentemente, ao mudar o Governo e adentrarmos 2005, nós nos confrontamos
com essa dívida extraordinária que paralisou, praticamente, a Prefeitura. E
encaminhou-se só num sentido, que era recuperar a credibilidade sobre o BID, um
organismo internacional que manda dinheiro para Porto Alegre. Nós tivemos que
fazer uma gincana, não só para descobrir, como para controlar essa questão.
O
Ver. João Dib fala do Socioambiental, nós falamos do Viaduto Leonel Brizola,
quer dizer, ainda há esperança, expectativa de entrada de dinheiro
internacional. A Prefeitura está trabalhando apenas para recuperar, volto a
frisar, o déficit de 2002, 2003 e 2004, fato que o PT não quer admitir, mas é a
realidade dos números! Então, é muito difícil. Espero que o próximo Governo, em
2008, tenha, sem dúvida - aí eu concordo -, uma situação mais tranqüila em
relação à do Governo Fogaça, que, em 2005, pegou esse “abacaxi”, uma dívida de
mais de 175 milhões. E, a cada final de ano, nós temos de adiantar - já
adiantava o Governo anterior, e já adianta este Governo - o IPTU, para
arrecadar, para fazer com que o caixa da Prefeitura entre no ano subseqüente
com um valor ou uma recuperação de débito. Acredito que o Governo Fogaça esteja
fazendo muita força, mas está encontrando muita dificuldade devido a esse
acúmulo de três anos de dívida permanente.
Volto
a frisar: quando o Governo Federal manda dinheiro para Porto Alegre, e o Governo
do Estado, como disse o Ver. Comassetto, tem dívida com o Governo Municipal, é
claro que temos que cobrar, porque senão chegará o momento em que, se o Governo
Federal e o Governo do Estado não mandarem dinheiro para Porto Alegre, a União,
através dos seus próprios, terá que ser avalista do dinheiro internacional. Não
se sustenta mais uma Prefeitura que não tenha o aval da União, a Prefeitura não
tira mais dinheiro internacional, e o dinheiro internacional é bem-vindo. Vamos
lembrar que a Perimetral - o Ver. João Dib pode me ajudar - deve ter demorado
mais de 40 anos para sair, foi feita só com o dinheiro internacional.
Inclusive, o dinheiro do Orçamento Participativo, diga-se de passagem, é
oriundo, na sua maioria, de verbas do BID, e geralmente foram feitas tratativas
em relação à 3ª Perimetral. O próprio Conduto Álvaro Chaves, aqui nesta Casa,
numa Emenda coletiva, Ver. João Dib, de autoria de todas as Bancadas, eu lembro
bem, começou por meio de um valor de sobra do BID, da Perimetral - naquela
época, o dólar estava valendo quase 4 reais, ou até mais de 4 reais.
Então,
eu acredito que há que ter muito cuidado; sanar, sim, as dívidas de Porto
Alegre, ou a credibilidade de Porto Alegre, para que os organismos
internacionais possam mandar dinheiro para a nossa Cidade; caso contrário, nós
vamos ter muito dificuldade de administrar Porto Alegre, devido, volto a
frisar, ao que aconteceu em 2002, 2003 e 2004, um déficit que veio se
acumulando e trouxe transtorno à população do nosso Município. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Apregoamos
que se encontra em representação da Casa, neste momento, o Ver. Dr. Goulart no
evento Prêmio Gerdau Melhores da Terra, na Siderúrgica Gerdau Rio-Grandense,
Município de Sapucaia do Sul.
O
Ver. Adeli Sell solicita autorização para representar a Casa no dia de hoje, no
debate sobre pirataria, na cidade de Rio Grande.
Eu
convido a Verª Maria Celeste para assumir a presidência dos trabalhos, porque
eu me inscrevi para discutir a Pauta Especial.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta,
Verª Maria Celeste; neste momento eu fiquei em dúvida se deveria falar em Pauta
Especial, porque não havia compreendido bem algumas coisas, no entanto a
participação do Ver. João Antonio Dib e dos demais Vereadores neste diálogo me
esclareceu bastante.
Uma
das questões que não foi tocada ainda, mas que eu queria ressaltar, é que uma
das causas - estou falando com a maior seriedade possível - do fracasso
financeiro do Governo do Estado diz respeito ao excesso de renúncias fiscais,
ou seja, o Estado abre mão de suas receitas e depois fica sem dinheiro para
garantir serviços ao Estado ou ao Município. Na página 04 desta Peça, por
exemplo, abre-se uma brecha, muito genérica, para renúncias fiscais pela
primeira vez, embora muito genérica. Eu fico muito preocupada, porque conheço
essa história, esse filme na área da Cultura. O Festival de Gramado é um
exemplo disso, há muitos problemas nessas leis de renúncia fiscal.
Eu
tive dificuldades para compreender as duas Peças, que se confundem: o
Plurianual, que já foi aprovado por esta Casa e que agora vem modificado na
metade do segundo ano deste Governo, e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. E eu
olhei, olhei principalmente os programas e os projetos na área da Cultura e não
compreendi bem, não consigo enxergar um programa, um projeto concreto, mas
percebi que a meta diminuiu. Fiquei bastante preocupada, principalmente quanto
à Descentralização da Cultura, que foi um projeto da maior relevância para esta
Cidade, levado às dezesseis regiões do Orçamento Participativo, e hoje a gente
sabe que ele é chamado de Democratização - tudo bem, pode ser até um sinônimo
-, mas existem oficineiros, Ver. João Antonio Dib, que estão trabalhando há
seis meses e que ainda não receberam pelo seu trabalho, na área da capoeira, na
área da descentralização. Mesmo diminuindo esse trabalho, há problemas nessa
área. Então, vejo bastante confusa a LDO.
E,
quando apresenta 10% de suplementação, é importante relembrar a história desta
Casa. Quando o nosso Governo apresentou uma suplementação - acredito que também
de 10% -, foi um verdadeiro escândalo, nesta Casa, do Ver. Luiz Braz, do Ver.
Isaac Ainhorn. O Ver. Luiz Braz, inclusive, fez uma Emenda que passou, e o
Governo teve de apelar para Justiça, e nós vencemos na Justiça; ganhamos, mas
tivemos de recorrer. Agora este Governo apresenta 10%! Então, tem de ter
coerência, ter a mesma postura em relação ao passado.
Também
me preocupa algo que o Ver. Raul Carrion ressaltou: a exclusão do Programa de
Apoio Administrativo, e ele fala em 8 bilhões. É muito dinheiro, considerando
os 4 anos, imagino, Ver. Raul Carrion. Mas é algo vago, genérico, e a gente não
sabe bem do que se trata e precisamos saber. Com todo o respeito ao Ver. Cassiá
Carpes, que diz que é o estilo do Governo não expor certas coisas, eu acho que,
independente de estilo, mais ousado ou mais discreto, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário são governados por agentes públicos, que têm obrigação de dar
transparência e de falar.
Nós tínhamos dificuldades, e
uma das primeiras medidas do Prefeito João Verle, lembro disso - inclusive fiz
um texto dando transparência às dificuldades financeiras da Prefeitura, tenho
esse meu discurso gravado -, foi suspender, de uma maneira muito sincera, a
bimestralidade. Os funcionários tiveram a bimestralidade suspensa; não foi
excluída, acabada, mas suspensa. Por quê? Porque havia dificuldades, e isso não
se trata de nenhum “abacaxi”. Essa é
uma realidade financeira dos Estados e dos Municípios, e nós entregaríamos a
Prefeitura para o Raul Pont - que era o nosso candidato, que nós achávamos que
venceria, mas que ficou em segundo turno - nas mesmas condições que entregamos
ao Prefeito Fogaça, com a maior sinceridade possível, sendo o Prefeito João Verle um funcionário do
Tribunal de Contas, uma pessoa técnica que entende bem dessa questão das
contas. Então, não foi nenhum golpe que foi dado, porque isso é o que foi
anunciado. Mesmo assim, eu considero que a situação financeira foi bastante
razoável para o atual Prefeito, que hoje anuncia bastante superávit.
O Sr. Cassiá Carpes:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Obrigado pela oportunidade. Mas, caso o Raul Pont ganhasse, que
era a sua esperança, mas que não foi a esperança do povo de Porto Alegre, esses
não-empenhos não apareceriam, porque estariam passando para um Prefeito de
mesmo Partido. Portanto, de junho a julho não apareceria esse déficit, vocês
“tapariam o sol com a peneira”, e, praticamente, nós não ficaríamos sabendo.
Assim nós ficamos sabendo que havia uma dívida enorme e um déficit em 2002,
2003 e 2004; portanto, com a derrota do seu Governo, a Cidade ficou sabendo que
a Prefeitura teve déficit em 2002, 2003 e 2004.
Agora,
quando a Verª Maria Celeste, a minha querida companheira, fala no Orçamento
Participativo, eu quero dizer que uma maneira de governar em conjunto com o
povo surgiu há muito tempo, surgiu na comuna de Paris; houve os Conselhos
Populares, do Prefeito Collares; houve em Pelotas, com o Prefeito Bernardo;
agora, desse jeito, com essas regras, é da Administração Popular de Porto
Alegre. E quero relembrar ao Ver. Cassiá uma musiquinha que cantavam a favor do
Prefeito Fogaça: “Para vencer o PT só tem um, para manter o OP só tem um.”
Então houve um compromisso, e esse compromisso é o compromisso ético de manter
o Orçamento Participativo desse jeito. É óbvio que pode ser aperfeiçoado, mas o
que o Conselho do Orçamento Participativo define, depois de tantas assembléias
nas regiões, deve ser cumprido. Esse é um fato! Eu tenho, também, a Ata de 13
de agosto do Conselho do Orçamento Participativo, dizendo que o Orçamento
Participativo não foi respeitado. Não foi respeitado aquilo que o Conselho colocou
como resultado dos trabalhos das regiões. Então, é essa a questão que nós
estamos denunciando.
O
aperfeiçoamento é normal, eu acho que nada pode ser congelado, não é Ver.
Comassetto? Mas o respeito às decisões do Conselho do Orçamento Participativo
foi uma promessa de campanha, não era promessa de campanha do Ônix, não era
promessa de campanha de nenhum outro candidato a Prefeito, era uma promessa de
campanha do Prefeito Fogaça, e acho que até por isso ele foi eleito, porque ele
disse que ia manter o Orçamento Participativo.
Outra
questão da qual eu discordo é com relação ao atraso. Houve atraso nas nossas
obras, sim, Ver. João Bosco Vaz, mas elas já estavam gravadas, já estavam
registradas, e havia um compromisso moral do Governo em resolver aquela obra no
próximo ano. Às vezes, por questões jurídicas; às vezes, por questões de
herança, etc, etc, elas não puderam ser realizadas, mas havia o compromisso. E
agora tem que colocar de novo, fazer reunião de novo, discutir todo o processo,
para colocar a mesma obra que, por acaso, está atrasada.
O
Sr. João Bosco Vaz: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Não querendo dialogar, mas
dialogando...
A
SRA. MARGARETE MORAES: É
bom o diálogo, nós estamos aqui para aprender juntos, Vereador.
O
Sr. João Bosco Vaz:
...com todo o respeito a V. Exª, por exemplo, na Secretaria de Esportes, desde
2001, nenhuma obra foi feita. O Orçamento Participativo é maravilhoso, mas é
maravilhoso do ponto de vista da escolha das obras. Não há dinheiro para a
realização das obras, e não é culpa do seu Governo, o anterior, ou do atual
Governo, o problema é que não há dinheiro; escolhem as obras, mas o dinheiro
não aparece.
A
SRA. MARGARETE MORAES:
As dificuldades financeiras são uma realidade, mas é colocado um total de
investimentos, e, dentro daquele total de verbas, deve-se estabelecer
prioridades, e ainda acontecem problemas.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Cassiá Carpes.)
A
SRA. MARGARETE MORAES: Não,
não aceita tudo, aceita uma matriz que é colocada pelo Governo.
O
Sr. Carlos Comassetto:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Margarete Moraes, eu
queria aqui fazer um contraponto ao querido Ver. João Bosco Vaz e dizer que,
nos 16 anos que governamos, a cada três dias foi inaugurada uma obra nova, com
a mesma estrutura que continua tendo a Administração neste momento.
A
SRA. MARGARETE MORAES:
Obrigada, Ver. Comassetto.
Eu
quero dizer que me sinto bastante feliz, porque acho que nós estamos aprendendo
juntos com todo esse diálogo. Para mim, é isso que a Câmara de Vereadores tem
que fazer, é contrapor, concordar, discordar, a fim de que a gente consiga um
acúmulo para construir o melhor Orçamento para Porto Alegre no ano de 2007.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
(O
Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr.
Presidente, vencida a Pauta Especial, solicito verificação de quórum.
O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos
assiste aqui na Casa ou pela tevê, venho a esta tribuna para fazer o registro
de algo que me entristeceu muito. Na realidade, é um pedido de desculpas, embora, Sr.
Presidente, não tenha partido de mim, mas acho que os companheiros, os colegas
Vereadores da Bancada do PT, com os quais sempre tive um ótimo relacionamento,
de respeito, pois as nossas diferenças sempre foram no mundo das idéias e nunca
pessoais... Foi acessada no computador do meu gabinete uma nota - eu não sei
como poderíamos dizer - pejorativa à pessoa do Sr. Presidente, e que dá até, de
certa forma, um cunho político. Eu estava em viagem, cheguei em torno de
14h30min, as câmeras desta Casa têm como comprovar, pois vim direto ao plenário
e aqui fiquei durante a tarde. E, no final da tarde, alguém me disse:
“Vereador, como pôde ter feito um ataque de conotação política num período de
campanha política?” Mas de uma forma muito agressiva, coisa que nunca fiz nesta
tribuna como Vereador.
Passei um e-mail à Bancada do PT e aos seus
companheiros com a seguinte mensagem (Lê.): “Venho por meio deste expressar meu
sincero pedido de desculpas pelo triste episódio de veiculação de mensagem de
cunho político” - eu entendi que é de cunho político, pelo menos deu a entender
- “que, infelizmente, foi emitida em nome deste Vereador, Ver. Elias Vidal,
pelo correio eletrônico desta Câmara Municipal. Esclareço a todos que tal
atitude não se coaduna com a minha maneira de agir nesta Casa. O e-mail
foi veiculado numa ocasião em que este Vereador estava ausente de seu gabinete.
Até mesmo cabe salientar que tenho um ótimo relacionamento com todos os
Vereadores e Vereadoras deste Legislativo, pelos quais tenho grande respeito.
Jamais me dirigi de forma indecorosa contra o Sr. Presidente da República, pelo
qual tenho especial admiração, devido à sua luta e ao seu esforço em prol do
povo brasileiro. Entendo que o Exmo. Sr. Lula da Silva é um Presidente
brasileiro, cuja trajetória tem dado grande contribuição ao desenvolvimento
social de nosso País. Ao lamentar o episódio ocorrido, afirmo a todos que tomarei
o máximo cuidado para que tal fato não volte a se repetir.”
Conversando com os Vereadores da Bancada do PT,
eles me disseram que, há algum tempo, um dos Vereadores também foi vítima de um
fato semelhante, chegando a uma situação de constrangimento. Desta vez, foi
este Vereador. Termino aqui dizendo que lamento. Estaremos sempre de portas
abertas para contatos, e, como o nosso gabinete está aberto, como os dos
senhores também, há pessoas que vêm aos nossos gabinetes, às vezes pedem para
usar o telefone, às vezes para algum tipo de trabalho, para fazer uma carta,
mandar uma mensagem, e, num intervalo de meio-dia, alguém fez isso. Estou
tentando apurar os fatos, ainda não consegui, não apareceu ninguém, mas, com
certeza, os senhores sabem que eu estava fora desta Casa, e há como comprovar
isso tecnicamente.
Mais uma vez lamento, peço sinceras desculpas e
espero que isso não aconteça nem com este Vereador nem com nenhum outro
Vereador, tanto da situação quanto da oposição. Fica aqui, então, o meu pedido.
Espero que os senhores possam entender e compreender, até porque os senhores
nunca viram esse tipo de atitude, até porque seria uma atitude muito burra e
muito ignorante de quem está concorrendo a Deputado fazer esse tipo de coisa em
época eleitoral. Fica aqui o meu pedido de desculpas mais uma vez. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
público que nos acompanha no plenário e pelo Canal 16, quero, em nome da
Bancada, Ver. Elias Vidal, agradecer a V. Exª o seu gesto de grandeza e
reconhecimento, inclusive publicamente, de que às vezes a gente comete alguns
erros, alguns equívocos, seja proposital ou não - um assessor às vezes pode
criar uma grande confusão para a gente. Nesse sentido, é importante que
reconhecer isso, e nós nos solidarizamos e agradecemos o reconhecimento.
Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
quero dizer que ontem tivemos, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, uma
reunião solicitada pelo Conselho Municipal de Saúde e por vários organismos que
controlam a sociedade - os quais chamamos de controle social -, a fim de
fazermos uma discussão sobre o Relatório apresentado pela Comissão de Saúde e
Meio Ambiente da Casa no primeiro trimestre de 2006. Por que isso? Porque, ao
apresentar o Relatório da Secretaria de Saúde de Porto Alegre aqui na Câmara de
Vereadores, para o controle social e para o Conselho Municipal de Saúde, no
votar o Relatório, a diferença foi de apenas dois votos. Foi a informação que
recebemos: foram 11 votos a 09. Isso demonstra uma enorme preocupação com o
problema da Saúde na Cidade.
E lá, na reunião de ontem, essas entidades
apresentaram alguns números que foram extremamente preocupantes. Por que isso?
Porque, se não recebermos recursos suficientes, que deveriam ser aplicados pelo
Município; se nós não recebermos praticamente nenhum recurso do Governo do
Estado para aplicar em política de saúde do Município... Inclusive, foi dito
pelo Secretário, ontem, que mais de 102 milhões de reais não foram repassados
nos últimos dois anos para todos os Municípios do Rio Grande do Sul, e mais de
20 milhões de reais para Porto Alegre. É evidente, é lógico que o que mantém o
serviço de saúde de Porto Alegre, da Capital, são os recursos oriundos do
Governo Federal e do Município, porque não está havendo a contrapartida do
Governo do Estado. E aí nós ouvimos, neste período eleitoral, que Saúde é
prioridade.
Nós, que somos Vereadores, que somos políticos, não queremos passar a imagem de que todo o mundo é igual. Muito pelo contrário, nós queremos fazer políticas de saúde em Porto Alegre. Mas, para isso, quando se apresenta um Relatório aqui na Câmara de Vereadores, o Relatório não pode apresentar uma proposta de redução da qualidade dos serviços, como, por exemplo, fechar postos de saúde, aumentando a mortalidade infantil, diminuir os exames citopatológicos, aumentar o número de exames de grande complexidade, reduzir o que é de saúde básica lá no posto de saúde, diminuir as consultas e dizer que não tem recursos para investimento em recursos humanos.
O
Relatório apresentado pela Secretaria de Saúde aqui na Casa não só não agrada o
controle social como não traz o aval da Câmara de Vereadores, porque quando
nós, Comissão de Saúde, visitamos os postos de saúde, Ver. Sebenelo, ouvimos
inúmeras queixas, como recentemente sobre a reabertura do Posto de Saúde da
Vila Esmeralda, que demorou mais de oito meses, com um trabalho de intervenção
nossa; como recentemente tivemos aqui o Hospital de Porto Alegre buscando
recursos públicos para poder resolver o seu problema; quando, recentemente, o
Hospital Beneficência Portuguesa só reabriu as portas porque houve pressão da Casa,
do Sindicato, para poder não só aumentar o número de leitos, mas voltar à
efetividade de fato. Nós percebemos, sim, que a Saúde em Porto Alegre não vai
bem, principalmente ao observarmos que, nas Diretrizes Orçamentárias, não são
enfocados o Hospital da Restinga, o Pronto-Socorro da Zona Sul e muitas outras
coisas que poderiam ser de extrema importância para a Cidade. E isso nos deixa
muito magoados, preocupados, porque lá, na eleição recente, Saúde era
prioridade; e agora, na prática, dois anos passados apenas, nós já verificamos
que os próprios promotores de Saúde estão dizendo que está um caos. Vocês
imaginem então o que será da Saúde em Porto Alegre daqui a dois anos!
Nós, como Vereadores, estamos propondo ser
parceiros nessa luta. Se for preciso buscar dinheiro no Governo Federal, se for
preciso fazer movimentos contra o Governo Estadual para colocar o recurso que
eles devem ao Município ou se for preciso fazer qualquer outro movimento que a
Câmara possa fazer, nós, enquanto Comissão de Saúde, enquanto Bancada do PT,
estaremos abraçando a causa juntos, porque com saúde não se brinca! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Srs.
Vereadores, queremos agradecer a presença do Presidente da Câmara Municipal de
Bossoroca, o nosso amigo Ver. Pedro Silvestre, da Bancada do PSDB. Um grande
abraço e seja muito bem-vindo a esta Casa.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ontem se reuniu
ordinariamente a Comissão de Saúde, quando foi discutida e debatida a questão
do último Relatório da Secretaria da Saúde. Evidentemente, há que se descontar
do discurso do Ver. Aldacir Oliboni a montagem de uma jogada ensaiada, que nós
já conhecemos há bastante tempo. O Conselho de Enfermagem busca descontar a
perda política importante que foi a mudança de orientação na cidade de Porto
Alegre, porque perderam a eleição. No processo de “enfermeirização” da
Medicina, feito pelo Partido dos Trabalhadores, em um ano contrataram 94
enfermeiros e 4 médicos, e esse dado estatístico justifica inclusive toda a
aprovação da expressão “enfermeirização” da área da Saúde. Em muitos momentos
da caótica administração da Saúde do Partido dos Trabalhadores - a ponto de
este Vereador ter pedido a CPI da Saúde, que só não saiu, porque “sentaram em
cima”, foi uma das indecências do Governo do Partido dos Trabalhadores -, houve
pequenos aumentos e variações na mortalidade infantil, o que não quer dizer que
aumentou a mortalidade infantil, que, em números absolutos, inclusive,
diminuiu. Mas os dados foram manipulados e elaborados de tal forma que parece,
percentualmente, ter havido um aumento. Não, não houve um aumento. Inclusive,
esse debate foi feito, terça-feira, pela manhã, na Secretaria. Evidentemente,
qualquer alteração na mortalidade infantil para mais é uma preocupação direta
da Secretaria, que faz, na sua cúpula, um trabalho sério, competente - disso
nós não temos dúvida.
O
que V. Exª critica, e com toda a razão, é a demora que há, muitas vezes, na
recuperação dos postos de saúde, e eu sou testemunha disso, a crítica também
foi minha.
Mas
o que nós não aceitamos é a partidarização dos dados. De uma forma ridícula, o
Conselho de Enfermagem, lamentavelmente, passou a adotar - só faltou a
estrelinha na lapela - uma atitude crítica em relação a um momento anterior,
como se, durante os dezesseis anos da Administração do Partido dos
Trabalhadores, a Saúde em Porto Alegre fosse uma beleza. Não. Vossa Excelência
sabe, V. Exª concordou muitas vezes comigo no sentido de que houve um
descalabro, houve um caos na Saúde na cidade de Porto Alegre! As questões não
se resolverão em um ou dois anos. E algumas coisas são por problemas de gestão,
sim; há problemas, nós admitimos! E foi admitido pelo Secretário, inclusive,
que estão com problemas, sim!
A
questão do Governo do Estado também foi admitida pelo Secretário, que disse,
textualmente, para todos ouvirem - não só disse, como escreveu -, que há mais
de um ano e tanto não entra um real do Estado em matéria de verbas de Saúde.
Isso foi dito! Isso foi aprovado! Foi debatido aqui. Evidentemente, para fazer
um ganho secundário de uma situação momentaneamente ruim das questões
financeiras do Estado, eles montam uma reunião com esta intenção: a de um ganho
secundário de um pequeno faturamento político-eleitoreiro, faltando um mês para
a eleição. Isso a gente sabe.
Agora,
quanto à questão de gestão da Secretaria, eu tenho consciência, eu tenho até
tranqüilidade em dizer a vocês que o Secretário está atento, o Secretário está
debatendo, esteve durante quase quatro horas, na manhã anterior a essa reunião,
com todo o seu staff debatendo esse assunto. Daí, então, dizerem que
estão preocupados? Ora, nunca estiveram preocupados com a Saúde! Foi um vexame
a Saúde em Porto Alegre! Foi, inclusive, a causa da perda da eleição.
Duas
coisas tiraram o Partido dos Trabalhadores da Prefeitura: a primeira foi a
Saúde, e a segunda foi a arrogância - nós sabemos disso. (Palmas.) Ora, se
todos nós não sabemos! Todos nós aqui sabemos que o ganho eleitoral não foi
devido à presença do Orçamento Participativo na Administração Fogaça; em
absoluto. O que ganhou a eleição para Fogaça foi o caos da Saúde,
principalmente o fato de terem “sentado em cima” de uma CPI, eles não
conseguiram, mas pagaram com a cabeça, perderam a Prefeitura de Porto Alegre,
principalmente por uma empáfia e uma arrogância insuportáveis em política.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Queremos
agradecer também a presença da Verª Terezinha Lazzaretti Krolikowski, Vereadora
do PT, de Santa Rosa. Seja muito bem-vinda a esta Casa.
O
SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Sr.
Presidente, eu fiz aqui da tribuna três Requerimentos pedindo que viesse nos
espelhos da Casa o repasse da Saúde do Estado para o Município, até para
dirimir essa dúvida, a título de que isso vem sempre do Governo Federal. Por
exemplo, há 33 milhões que foram repassados esta semana pelo Governo Federal,
isso para podermos fiscalizar. E não obtive... Não sei se V. Exª ou a Mesa já
obtiveram alguma resposta sobre esse tema. Porque, vindo para cá, nós poderemos
fiscalizar com tranqüilidade. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Vamos
providenciar, Ver. Comassetto, para que esses dados sejam divulgados aqui a
todos os Vereadores.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, eu acho que o Requerimento do Ver. Comassetto não pode ser aceito
pela Mesa por um motivo: o Sr. Secretário disse textualmente nesta Casa,
inclusive em reunião que houve há mais ou menos um ano, não me lembro da data,
que a Secretaria Municipal da Saúde não recebe um real do Estado do Rio Grande
do Sul. Isso foi dito. Agora, fazer um Requerimento fazendo essa pergunta...!?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Claudio
Sebenelo, com toda a vênia, esta Mesa aceitou o Requerimento do Ver. Comassetto
e está solicitando à Diretoria Legislativa que procure alguma correspondência,
algum repasse que tenhamos, para ser divulgado, para que os Vereadores
conheçam. Os Vereadores têm todo direito de saber sobre os repasses que são
feitos em quaisquer áreas. Como a solicitação foi feita na área da Saúde, eu
peço que, por favor, a Diretoria Legislativa tome as providências.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu sugiro à
Diretoria Legislativa que procure essa informação nos Anais da reunião de
terça-feira, da Comissão de Saúde, onde está a informação correta.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Sebenelo.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
N. 3602/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 158/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que
estabelece o dia 10 de julho de cada ano como o dia de estímulo à esterilização
responsável de animais domésticos.
PROC.
N. 3603/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 159/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que altera a redação
do § 1º do art. 1º da Lei n. 7.497, de 21 de setembro de 1994, que estabelece
penalidades aos estabelecimentos comerciais que venderem ou servirem bebidas
alcoólicas a crianças ou adolescentes menores de idade, revertendo 50% do valor
da multa em benefício do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente e 50% em benefício da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga.
PROC.
N. 4331/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 007/06, que institui o Conselho Municipal da
Juventude e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC.
N. 3449/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 145/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que institui o Bosque dos Bravos em homenagem aos vinte e um militares gaúchos
integrantes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) falecidos na 2ª Guerra
Mundial, em espaço a ser definido pelo Executivo Municipal, e estabelece a
constituição do Bosque.
PROC.
N. 3598/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 154/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o
executivo Municipal a instituir o Plano Cicloviário de Porto Alegre e revoga a Lei n. 6.987, de 27 de dezembro de 1991.
PROC.
N. 3599/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 155/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que declara de
utilidade pública a Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus
(ASSAMED).
PROC.
N. 3601/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 157/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o
Executivo Municipal a firmar convênio com o Ballet Mariinsky (Kirov), da
cidade-irmã de Porto Alegre, São
Petersburgo, na Federação Russa, visando estimular e desenvolver a arte do balé
e da dança em Porto Alegre.
PROC.
N. 3909/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 168/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui o
Programa Acolhimento na rede de atendimento à saúde do Sistema Único de Saúde,
em Porto Alegre, nos termos do
Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar e da 11ª Conferência
Nacional de Saúde.
PROC.
N. 4066/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 179/06, de autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Rua
Antonio Carlos Guimarães o logradouro público cadastrado, conhecido como
Viaduto Imperatriz Leopoldina - Acesso Oeste, localizado no Bairro Centro.
PROC.
N. 4122/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 182/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Manuela d'Ávila, que
institui o Dia Municipal do Frentista, a ser comemorado, anualmente, no dia 18
de março.
PROC.
N. 4250/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 006/06, que revoga o § 1º do artigo 145 da Lei
Complementar n. 395, de 26 de dezembro de 1996 - Código Municipal de Saúde.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu também me preocupo
a respeito de como são lançados os 33 milhões de reais, uma das parcelas só que
vem do SUS para Porto Alegre, através do Ministério da Saúde. Mas essa
preocupação eu já tive no passado, quando contabilizei 427 milhões de reais, e
o Município registrou 251 milhões; ficaram faltando 176 milhões. E, como eu
tenho a preocupação, e é válida, eu fiz de novo, agora, um Pedido de
Informações, porque quero saber como é que se contabiliza esse dinheiro.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, tenho
freqüentemente reclamado do excesso de leis que fazem nesta Casa. O filósofo
inglês Thomas Hobbes, que viveu no século XVI, de 1588 a 1679, já estava
preocupado com as leis desnecessárias, dizia ele que eram armadilhas para
captar dinheiro. Eu também tenho preocupação com o número de Licenças para
Tratamento de Saúde, em que se substituem os Vereadores por um dia, e aí a
Câmara paga dois Vereadores. No Congresso Nacional, na Assembléia Legislativa,
são 120 dias, eu nunca consegui fazer
15, muito menos 30 dias. Eu acho que não é possível substituir um Vereador por
um dia: vem aqui um Vereador e resolve todos os problemas da Cidade num só dia!
Já
analisei três Projetos de Lei do Vereador de um dia. Agora, ele traz aqui um
Projeto de Lei que estabelece o dia 10 de julho de cada ano como Dia de
Estimulo à Esterilização Responsável de Animais Domésticos. Bem, poderia ser um
Projeto importante, interessante, maravilhoso. Só que já existem leis! Vamos
começar pelo Parecer da Procuradoria da Casa (Lê.): “De ressalvar, apenas, que
o conteúdo normativo do art. 2º do Projeto de Lei, no consubstanciar imposição
de obrigação ao Poder Executivo, atrai malferimento ao princípio de
independência dos Poderes”. Mas o que ele quer? Há várias leis que tratam dos
pobres animais desta Cidade - alguns animais têm apenas duas patas. Aqui eu
leio numa das Leis, a de nº 9.945, no seu art. 2º: (Lê.): “esterilização
gratuita de animais domésticos, nos termos desta Lei”, e adiante, no seu art.
6º diz: “A esterilização será colocada à disposição de pessoas comprovadamente
sem condições de arcar com as despesas. Os procedimentos para a esterilização
não poderão causar sofrimento aos animais”. Já havia lei - o filósofo inglês
estava certo, deve ser complicado -, várias leis!
O
Vereador propõe aqui uma alteração na lei sobre a ingestão de bebidas
alcoólicas. Já existe uma lei, mas ele está fazendo uma nova lei. Isso fica
muito simpático, pois as pessoas pensam: “O homem é trabalhador, num dia só
resolveu tudo”. A outra lei do Vereador de um dia sobre a ingestão de bebidas
alcoólicas diz (Lê.): “A pena de suspensão do alvará será aplicada por 30 dias,
por ocasião da primeira autuação do estabelecimento, além de multa de 200 UFMs,
revertendo 50% do valor em benefício do Fundo Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente e 50% em benefício da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga”.
Muito simpático, realmente muito simpático! Um é Fundo Municipal, e o outro não
é Fundo Municipal. Mas a Procuradoria da Casa diz (Lê.): “Contudo, por força do
que dispõe a Lei Orgânica, compete privativamente ao Chefe do Poder Executivo
realizar administração municipal, preceito que resta afetado pelo conteúdo
normativo da proposição, por implicar disposição de Receita Municipal.” Ora,
nós temos um Fundo Municipal para Assistência da Criança e do Adolescente. Esse
deve ser ampliado, porque vai cuidar de todas as crianças e adolescentes mais
necessitados. Agora, o Vereador de um dia muda as regras do jogo, fica muito
simpático; nós ficamos aqui e, se votarmos contrariamente, somos os maus.
Portanto,
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, não dá para substituir o
Vereador por um dia de licença! Nós pagamos dois Vereadores naquele dia, pagamos
dois Vereadores por três dias. Tem de haver um mínimo de 120 dias como ocorre
no Congresso ou na Assembléia Legislativa. Agora, se não der 120, 30 dias já
chega! Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada,
Ver. Luiz Braz, neste momento de discussão preliminar de Pauta quero fazer um
comentário sobre o PLCE nº 007/06, que institui o Conselho Municipal da
Juventude e dá outras providências. Eu quero cumprimentar o Governo por essa
iniciativa. Embora o Secretário Mauro Zacher relutasse muito na criação desse
Conselho, criou até um Conselho da Juventude dos Partidos da Base Aliada, e o
Ver. Comassetto nos acusava de partidarizar o Governo. Embora o Veto ao Projeto
inicial do Ver. Professor Garcia e a rejeição de muitas idéias ligadas à
juventude, como a criação da Comissão Especial da Juventude, da Verª Manuela
d'Ávila, o Governo reavaliou. Eu acho que todos os conselhos, todas as formas
de diálogo com a sociedade são bem-vindas.
Eu
queria falar do Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, PLL nº 168/06, que institui o
Programa Acolhimento na rede de atendimento à Saúde do Sistema Único de Saúde
em Porto Alegre, nos termos do Programa Nacional de Humanização da Assistência
Hospitalar e da 11ª Conferência da Saúde. Eu queria cumprimentar o Ver. Oliboni
e dizer que esse é um verdadeiro avanço, é um aperfeiçoamento ligado à
humanização dos serviços de Saúde. Então, a Prefeitura presta um serviço que é
público e que deve aperfeiçoado. Porque um dos principais problemas, como nos
ensina o Ver. Oliboni, é o atendimento à população nos postos e locais
conveniados, há filas, longas esperas que sempre agravam a situação dos
pacientes.
Em
Porto Alegre o Programa Acolhimento já acontece no GHC, e essa idéia do Ver.
Oliboni vem contribuir para que a equipe, os profissionais da Saúde, os
psicólogos, os assistentes sociais, os enfermeiros, os médicos, enfim, façam e
elejam um diálogo permanente com aquela comunidade, porque, às vezes, a pessoa
que chega depois merece ser atendida antes. Então, não se trata apenas do lugar
na fila, de quem chega primeiro; às vezes, numa situação de urgência, a pessoa
está sofrendo naquele momento, não pode esperar na fila e tem que ser atendida
antes. O Ver. Oliboni fala em acesso, acolhimento, vínculo e resolutividade.
Essa prática do Hospital Conceição nós conhecemos de perto, Ver. Oliboni,
estivemos lá visitando, e o atendimento é por categoria de necessidade.
Inclusive
o Programa trouxe uma reforma física, as pessoas sentam, têm um atendimento, um
acolhimento humano, com mais conforto do que ficar do lado de fora dos
hospitais, nas filas. E, como muito bem diz o Ver. Oliboni, não interfere em
aspectos administrativos ou de gestão pública, não é uma interferência na
competência do Poder Executivo e não cria gastos para o Município; é apenas uma
maneira de repensar o atendimento das pessoas que chegam ao posto, é o primeiro
lugar para onde vão, para que haja uma triagem, conforto, inclusive
psicológico, físico, para que as pessoas possam ser atendidas de acordo com
suas necessidades.
Portanto,
fico muito orgulhosa de ser sua companheira de Partido, acho que esse Projeto,
embora singelo, é muito importante para as pessoas que sofrem, para as pessoas que não têm dinheiro para
pagar um médico e que precisam do Sistema Único - do sistema universal - de
Saúde na nossa Cidade, no Rio Grande do Sul e no Brasil. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver.
Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria
me reportar ao PLCE nº 007/06, que institui o Conselho Municipal da Juventude e
dá outras providências. Quando da instituição da Secretaria da Juventude, a
Casa foi unânime, foi a favor, com ressalvas. A minha ressalva estava ligada a
uma espécie de antecipação da questão da juventude em relação ao direito dos
idosos. A Secretaria dos Idosos certamente estava na frente, estava “pedindo
passagem” de uma forma muito mais importante. Por quê? Porque o jovem tem a
beleza e a força. É claro que tem o talento também! Mas a alma, “a alma
malhada, feita em academias do espírito”, é feita pelo velho. O velho tem a
experiência, tem o saber, a sabedoria e tem um outro tipo de beleza que não a
do jovem. Por que eu falo isso? Porque quero pedir que a Casa aprove o Projeto
do Idoso, para que haja fiscalização, para que o idoso não seja um objeto
descartável na sociedade. E, como eu não posso e não vou propor mais
Secretarias aqui, a Secretaria do Idoso estava na frente da Secretaria da
Juventude.
A juventude, com toda a
razão, pode pedir a sua Secretaria, porque nós legamos a essa juventude,
indiscutivelmente, a droga, o desemprego, o mal-estar social, três coisas que o
jovem vai ter que ultrapassar, são óbices, e tem que haver o esforço do
Estado. Mas a situação do idoso, em número também muito maior, hoje, passa a
ter no Conselho Municipal da Juventude o seu contraponto. Eu sou a favor da
Secretaria, eu sou a favor do Conselho, tem que ser criado o Conselho. Hoje, as
condições do jovem são dificílimas na cidade de Porto Alegre. Estamos chegando
aos 300 mil desempregados. Ver. João Bosco Vaz, na Grande Porto Alegre são 300
mil pessoas, estamos, na soma, com 300 mil pessoas desempregadas! O Rio Grande
do Sul e o Brasil, hoje, estão experimentando um processo de
desindustrialização, não é um fenômeno do Rio Grande do Sul, não; é brasileiro
esse fenômeno.
Por isso - evidentemente, o desemprego é um fenômeno
mundial - respeitamos as necessidades do jovem e queremos que esse Conselho da
Juventude desempenhe um papel libertador, libertário, um papel de orientação e,
principalmente, de avaliação dentro da sociedade. Precisamos de um projeto
audacioso, desenvolvimentista, que seja, no mínimo, complementar a essas
necessidades brutais que o nosso jovem, quando sai da universidade, apresenta
em termos cada vez mais crescentes e logarítmicos: nós temos um grande número
de jovens querendo trabalhar e uma sociedade inteira necessitando dos serviços,
e o Estado se pondo no meio como um empecilho a essa possibilidade de
conciliação entre a demanda, as necessidades de trabalho e as aspirações
profissionais de todos os indivíduos. Aspirações que são legítimas, tanto
quanto ao crescimento, quanto à cultura, quanto às necessidades do jovem, não
só no mercado de trabalho, mas na sociedade inteira, e o Conselho da Juventude
viria muito bem a preencher esse tipo de filtro, para que o Poder possa, de
todas as maneiras, sanar as dificuldades dos nossos jovens.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da
TVCâmara, eu saúdo a todos.
Também
quero parabenizar a iniciativa do nosso Prefeito Municipal de Porto Alegre, Dr.
José Fogaça, de ter enviado a esta Casa o PLCE nº 007/06, que institui o
Conselho Municipal da Juventude e dá outras providências. É importante o
Prefeito ter mandado esse Projeto à Casa, para que possamos analisá-lo e
discuti-lo. Sem dúvida, acho que todos os Vereadores e Vereadoras votarão
favoravelmente esse Projeto, essa iniciativa do Executivo Municipal. A criação
desse Conselho é uma forma de incentivarmos a nossa juventude, estruturando a
juventude, enfim, que a sociedade participe desse Conselho de grande
importância para a nossa juventude e para a Secretaria Municipal da Juventude.
Parabéns ao nosso Prefeito Municipal.
Outro
Projeto de Lei que está também na Pauta do dia de hoje, em 2ª Sessão, é o PLL
nº 168/06, do Ver. Aldacir Oliboni. O que o Ver. Aldacir Oliboni deseja com
esse Projeto? Instituir o Programa Acolhimento na rede de atendimento à Saúde
do Sistema Único de Saúde em Porto Alegre, nos termos do Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar e da 11ª Conferência Nacional de Saúde.
Eu estava lendo a justificativa, que é bastante ampla, uma bela justificativa
na Exposição de Motivos do Ver. Aldacir Oliboni. Só acho que votarmos aqui um
Projeto de Lei para que as pessoas sejam melhor preparadas, ou para que tenham
uma maior respeitabilidade naquele cargo público... Será que chegamos ao ponto
de ter de votar um Projeto de Lei nessas condições? Para que as pessoas que
estão exercendo uma função pública tenham maior preparo, melhores condições de
respeitabilidade perante a população? É uma dúvida.
Acho
importante o Projeto, é importante levantarmos essa discussão neste plenário,
meus caros colegas Vereadores e Vereadoras, só que, para isso acontecer, temos
que votar um Projeto de Lei! Talvez, no decorrer dessa discussão, na Pauta,
quando esse Projeto passar pelas Comissões e vir a plenário, talvez seja o
momento de ampliarmos e aprofundarmos essa discussão, inclusive com a própria
comunidade.
A
minha questão é: essas pessoas, quando querem um cargo público, uma função de
extrema importância, por si só, não têm de estar preparadas de uma forma
educada, de uma forma que possam, sim, defender as suas funções educadamente?
Só que, infelizmente, o Ver. Aldacir Oliboni... Eu digo “infelizmente”, cara
Verª Margarete, porque ele trabalha no Hospital e também observou que há
pessoas que não têm esse trato, não têm esse preparo, não têm esse carinho na
hora oportuna; e uma palavra do atendente talvez consiga até amenizar o
sofrimento das pessoas que estão lá numa fila, que estão lá para serem
atendidas. Que bom! Eu acho importante que venha essa discussão para o
Plenário, para que possamos, como já disse, junto com a própria comunidade,
junto com os próprios usuários, aprofundar essa discussão.
Só
que a minha dúvida, para encerrar meu caro Presidente, é: será que tem de ter
um Projeto de Lei para que isso aconteça?
É
uma dúvida, talvez no decorrer do tempo eu resolva essa questão, talvez mude de
idéia, como já disse, nesse período em que ele virá a Plenário para ser
discutido. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
cumprimento a Vereadora de Santa Rosa, companheira do Partido dos
Trabalhadores, Verª Terezinha, que participa dos nossos debates hoje.
Quero
fazer algumas considerações sobre o Projeto de autoria do nosso colega Ver.
Aldacir Oliboni, que institui o Programa Acolhimento na rede de atendimento à
Saúde do SUS em Porto Alegre, nos termos do Programa Nacional de Humanização e
Assistência Hospitalar e da 11ª Conferência Nacional de Saúde. É importante
esse Projeto do Ver. Aldacir Oliboni que institui o Programa Acolhimento. E o
que objetiva o Programa? Estruturar na recepção, na chegada dos doentes ou das
pessoas que buscam apoio à saúde, uma equipe de profissionais da área da saúde
- médicos, enfermeiros - que analisará pessoa a pessoa, para poder direcionar
com maior rapidez os casos emergenciais, direcionando-os para as devidas
especialidades, para que as pessoas possam ser atendidas com mais qualidade. É
uma medida aparentemente simples, mas que qualifica o Município de Porto Alegre
junto à 11ª Conferência Nacional da Saúde e ao Programa Nacional de Humanização
da Assistência Hospitalar.
Já
que o Município de Porto Alegre está integrado à gestão plena do Sistema
Municipal de Saúde, faz parte buscar a integração nas demais políticas. Esses
programas ajudarão, inclusive, a otimizar os recursos. O Ver. João Dib
questionava o desdobramento dos recursos, porque este mês vieram os 33 milhões do Governo Federal para
a Saúde de Porto Alegre; como se desdobra isso? Um sistema que faz esse tipo de
triagem vai ajudar inclusive a utilizar melhor os recursos, vai direcionar o
paciente para a especialização correta, a pessoa que chega na fila e que está
com um caso grave poderá rapidamente ser atendida, isso vai evitar que ela
venha a falecer na fila.
Esse Programa auxilia o paciente, auxilia as estruturas
da Saúde, os hospitais. Aqui em Porto Alegre nós já temos algumas redes
hospitalares que fazem isso: é o caso do Hospital Mãe de Deus, é o caso do
Grupo Hospitalar Conceição, que já implantaram e implementaram o Programa e têm
obtido ótimos resultados. Portanto só terá a ganhar a Saúde Pública Municipal e
o Sistema Único de Saúde, desenvolvendo esse Programa Acolhimento na rede de
atendimento à Saúde.
Mas saio da saúde humana e vou
tratar rapidamente aqui do outro Projeto que está em Pauta: o que trata da
saúde animal. O Projeto institui o dia 10 de junho de cada ano como Dia de
Estímulo à Esterilização Responsável de Animais Domésticos. Isso é necessário,
para que, dentro de um procedimento digno, e os animais também o merecem, seja
diminuída a reprodução dos animais na cidade de Porto Alegre - um dia para
motivar. Eu moro na Zona Rururbana de Porto Alegre, e, na minha Estrada, a
Estrada Três Meninas, diariamente são largadas dezenas de animais, que ficam
perambulando e que acabam morrendo. Essas pessoas que assim o fazem cometem um
ato insano .
O Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Comassetto,
V. Exª sabe que existe outra lei tratando especificamente, claramente disso,
igual à que agora está sendo proposta; então, é só aplicá-la.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sei disso e entendo. Sempre defendi aqui que não precisam ser feitas
novas leis, que elas podem se agregar às já existentes. Portanto o ato dessa
lei é simbólico, vem valorizar essa atitude de Porto Alegre. Agora, ela, por si
só, poderá se integrar ao Processo que já está tramitando nesta Casa. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Encerrada a Pauta. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação
de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Luiz Braz, demais Vereadores e
Vereadoras, eu queria trazer, neste Tempo de Liderança, um assunto que me
parece de extrema relevância, Ver. João Dib, para esta Cidade. Se lermos a
matéria - até se pode dizer que passou um pouco em branco - da Zero Hora do dia
04-07 deste ano, portanto de julho, vamos ver que a Comissão de Revitalização
do Cais Mauá prevê, ainda para 2006, uma licitação internacional, Verª Sofia -
peço a máxima atenção da sua Bancada -, no valor de 100 milhões de dólares para
transformar o espaço entre a Rodoviária e a Usina do Gasômetro em uma área de
negócios e lazer. E a matéria diz que esse Projeto estaria sendo apresentado a
partir de uma parceria entre a Prefeitura e o Governo do Estado. O que nos
preocupa, Verª Neuza Canabarro, é que o Coordenador da Comissão responsável, o
Sr. Edemar Tutikian, afirma, referindo-se a outras tentativas da chamada
“revitalização”: “Desta vez vai sair, porque fizemos um trabalho silencioso, que
não aparece, de preparação e de infra-estrutura.” E amanhã - temos a notícia -
será feita uma reunião da Comissão da Autoridade Portuária para, “na surdina”,
como é dito aqui, aprovarem os termos do Edital de licitação, são 100 milhões
de dólares.
Existem
cinco grandes grupos, nacionais e internacionais, interessados. A licitação
envolve parte daquele Projeto Porto dos Casais, envolve também um hotel cinco
estrelas, uma pousada cinco estrelas, um shopping
center, um centro empresarial e outras cositas
más. Pois bem, seria transformada uma área, que são as docas, que hoje é
uma Área Especial de Interesse Cultural, para se fazer esse megaprojeto, que
está sendo feito “na surdina”, segundo a imprensa, numa Comissão da qual dizem
que participam órgãos do Governo do Estado, órgãos do Município e a Câmara
Municipal. Inclusive peço ao Ver. Luiz Braz que nos informe, para que a gente
tome conhecimento de qual órgão da Câmara Municipal está acompanhando esse
megaprojeto Porto dos Casais. Eu fui Presidente da CUTHAB, que trata disso, e
isso nunca foi tratado; que nós busquemos informações.
Apesar de não ter vindo o Plano Diretor para esta Casa, temos a informação de que essa Área Especial de Interesse Cultural estaria no Projeto que será enviado a esta Casa, sendo transformada em Área de Interesse Institucional, para permitir que esse Projeto que está sendo feito na surdina tenha a possibilidade de ser executado. Isso é uma barbaridade! A Câmara Municipal de Porto Alegre, segundo a notícia, estaria participando dessa Comissão, mas desconhece qualquer questão relativa a esse trabalho, que, segundo o Sr. Edemar Tutikian, Coordenador da Comissão de Revitalização, agora vai dar certo, porque está sendo feito “na surdina”.
E
para complementar, Verª Sofia: acaba de ser publicado o Decreto nº 44.604, de
23 de agosto deste ano - portanto há apenas sete dias -, retirando da Celic
essa licitação. Da Celic, que é a responsável no Estado pelas licitações! Está
aqui o Decreto (Lê.): “Art. 1º - Não se aplica o disposto no art. 1º [...] aos
procedimentos licitatórios para arrendamento de áreas e instalações destinadas
à exploração de atividades não-portuárias para a Revitalização do Cais Mauá de
Porto Alegre”. Complemento, meu Presidente, dizendo: estamos diante de algo
obscuro! O responsável pela Comissão diz que agora vai dar certo, porque está
sendo feito escondido. O Estado retira da Celic a licitação, e, segundo
denúncias dos portuários, amanhã eles vão aprovar o Edital de licitação.
Eu
trago essa denúncia e peço que esta Casa, que é responsável pelo Plano Diretor
e pelo uso do Cais do Porto, busque informações, inclusive de quem está, em
nome desta Casa, participando da tal Comissão. Pretendo, se possível, ir amanhã
a essa reunião, como Vereador desta Casa, para saber o que está se fazendo, de
forma obscura, com o porto de Porto Alegre! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Raul Carrion, por obrigação da
Presidência, devo lhe dar as respostas que tenho, dentro das indagações feitas
por V. Exª no espaço de Comunicação de Líder.
O Ver. João Carlos Nedel tem
participado de reuniões na Comissão que trata dos assuntos relacionados ao Cais
do Porto. Esta Casa tem recebido convites para participar dessas reuniões e
teria, na verdade, uma obrigação: no momento em que recebesse qualquer tipo de
projeto para ser votado, no momento em que fizesse a fiscalização daquilo que
estaria sendo ferido, se por acaso alguma coisa fosse ferida dentro daquilo que
diz respeito ao Plano Diretor ou das leis que regem a Cidade... Eu posso dizer
a V. Exª, com absoluta certeza, que esta Casa está sempre atenta àquilo que
acontece em nossa Cidade. E, pelo que temos conhecimento, nada está sendo
realizado sem o conhecimento da nossa Câmara de Vereadores.
Existe um Vereador, sim, é o
Ver. João Carlos Nedel, e este Vereador também já participou de reuniões dessa
Comissão que acompanha as discussões com relação a essa possibilidade de se
fazer investimento no Cais do Porto.
O Ver. Raul Carrion está com a
palavra.
O
SR. RAUL CARRION: Agradeço
a V. Exª e aproveito para solicitar os relatórios que o Ver. João Carlos Nedel
tenha trazido a esta Casa, para que possamos - estamos extremamente preocupados
-, acompanhar isso. Inclusive, transformar essa área, que é de interesse cultural,
numa área de negócios fere o nosso Plano Diretor.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Obrigado, Ver. Raul Carrion.
O
SR. RAUL CARRION: Eu
pediria essas informações com a máxima brevidade.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Agradeço
a Vossa Excelência. Penso que, com toda a certeza, tão logo o Ver. João Carlos
Nedel esteja presente, poderemos solicitar as informações a ele.
O Ver. João Antonio Dib está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu não tenho
dúvida nenhuma da necessidade de recuperação da área portuária, da utilização
dessa área: em outros locais no mundo, esse tipo de área é utilizada para
lazer, para aproveitamento turístico. Agora, não vou aceitar também que, sem um
projeto, sem um Estudo de Viabilidade Urbana, se faça uma licitação
internacional, sem que a população porto-alegrense conheça o que vai ser feito!
O porto é de Porto Alegre, e nós temos de saber o que é que vai acontecer!
Eu posso até dizer para V. Exª
que a Sociedade de Engenharia também não concorda com esse tipo de licitação
que nos informa o Ver. Raul Carrion, e eu não estou dizendo o contrário. Se for
lançada uma licitação internacional sem um Estudo de Viabilidade Urbana, isso é
uma afronta ao povo de Porto Alegre, é uma afronta à Casa do Povo de Porto
Alegre! Não pode acontecer isso! É preciso que o povo saiba o que vai ser
feito. Quando o Sr. Edemar Tutikian diz que trabalha em silêncio, eu só posso
imaginar que ele queira dizer que não fizeram muita publicidade e cada um não
procurou autopromoção. Eu só posso entender que seja isso o que ele quer dizer,
porque não acredito que se esteja fazendo algo às escondidas! Mas é preciso
que, antes da licitação internacional, o povo de Porto Alegre tenha conhecimento
do que vai acontecer no seu porto, o porto de Porto Alegre. Saúde e PAZ! Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Obrigado, Ver. João Antonio Dib.
O
SR. RAUL CARRION (Requerimento):
Queria fazer uma solicitação. Eu recebi uma informação dizendo que, amanhã, se
reunirá a Comissão da Autoridade Portuária para exatamente fazer a promoção do
Edital ou, pelo menos, a discussão do Edital, sem essas medidas, sem mudar o
Plano Diretor, etc. Então, que a Câmara, oficialmente, faça uma consulta e
envie alguém da Câmara amanhã a essa reunião, porque, afinal, estamos tratando
do porto de Porto Alegre.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Vossa Excelência poderá ir, tranqüilamente, em nome da Câmara, ou outro
Vereador que queira ir com V. Exª, para acompanhar a reunião e trazer as
notícias de que estamos precisando.
O
SR. RAUL CARRION: Talvez
um contato oficial fosse interessante.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Podemos
fazer o contato oficial. Peço, inclusive, que a Diretoria Legislativa, por
favor, faça contato com o porto, para que nós saibamos de alguma reunião que,
porventura, esteja marcada lá, a fim de termos as respostas.
Agora,
com toda a certeza, pelo menos pelo que este Vereador sabe, as reuniões que têm
sido feitas são comunicadas à Câmara de Vereadores, e eles, desde o início,
solicitaram, realmente, que a Câmara tivesse um representante lá acompanhando e
discutindo - juntamente com as pessoas que lá se reúnem - a respeito das
modificações que poderão ser introduzidas no porto.
O
SR. RAUL CARRION: E não
existem relatórios enviados a esta Casa?
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu
não lhe poderia afirmar, Ver. Raul Carrion. Vossa Excelência sabe que eu estou
no exercício da presidência, não sou o Presidente da Casa. Talvez assuma a
presidência da Casa no mês de setembro, como fui comunicado, mas não sou
Presidente da Casa. Então, não poderia, realmente, precisar a V. Exª se nós
temos relatório.
O
SR. RAUL CARRION: Solicito
pesquisar.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Posso
pedir que a nossa Diretoria Legislativa faça uma averiguação, para sabermos se
temos algum relatório ou algum comunicado oficial que possa nos esclarecer.
Agradeço a Vossa Excelência.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu
não vou, evidentemente, sair fazendo críticas àquilo que foi registrado nesta
tribuna. Eu quero, Ver. Carrion e Ver. Dib, somar-me a essas preocupações que
ficaram aqui registradas. E, como Líder do PMDB aqui nesta Casa, também me
comprometo em tentar buscar informações urgentes, para que a gente tenha
condições, evidentemente, de fazer um debate com responsabilidade. Acho que
esta Casa não deve ficar longe dos discursos e da participação nas decisões,
Ver. Carrion, sobre o porto da Cidade.
Eu
quero me somar a isso e também fico preocupado, mas não deixo de fazer o
registro de que nós temos aqui, em Porto Alegre, uma “enseada” de ferro-velho.
Que bom que, de repente, estão preocupados em fazer algo que nós já poderíamos ter feito em
Porto Alegre há muitos anos. Eu acho louvável termos um projeto, nós estamos
vendo, pela primeira vez, depois de tantos anos, alguém disposto a fazer algo
em relação ao porto de Porto Alegre. Esse porto que nós, ao longo dos anos,
esquecemos que existe: a Cidade acabou dando as costas ao nosso estuário do
Guaíba e, principalmente, ao porto, aquele que fez com que esta Cidade
crescesse e surgisse aqui onde nós estamos hoje.
Fico muito contente em ver que existe um Projeto,
existe algo de concreto para acontecer, mas também me somo a esses que estão
preocupados, dizendo que esta Câmara de Vereadores tem que participar
ativamente das decisões. Nós devemos nos preocupar e nos somar àqueles que
estão, através do Estado, evidentemente, com um projeto, tentando fazer alguma
coisa para o porto de Porto Alegre, depois de tantos e tantos anos. Quando
passamos ali, próximo à Rodoviária, podemos avistar aquelas sucatas de navios,
só poluindo a nossa Cidade e, mais precisamente, o Guaíba.
Somo-me a esses Vereadores - acredito que a todos -
que estão preocupados, mas antes faço um registro: nós devemos nos somar para
construir alguma coisa que esta Cidade espera, não obstaculizar, não dificultar,
porque com dificuldades nós temos o que temos aqui hoje. Passam os anos, entram
Governos, tanto do Município como do Estado, e nada vem sendo feito. Quero
cumprimentar aqueles que, através do Estado, estão com intenções de mexer e
viabilizar o nosso porto. Agora me preocupa, sim, que, de repente, esta Casa
possa não estar tendo uma participação mais ativa.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não há mais
Bancadas inscritas para Comunicação de Líder. Visivelmente, não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h46min.)
* * * * *